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quarta-feira, 30/07/2025

lula se prepara para conversar com empresários e criticar tarifaço de bolsonaro

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Lula, presidente do Brasil, planeja aumentar sua presença na mídia e se aproximar mais dos empresários depois que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros. Esta medida dos EUA é uma resposta a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil.

Assistentes de Lula acreditam que essa taxa ajuda a fortalecer a mensagem do governo de combate às desigualdades e privilégios.

O objetivo é mostrar Trump como símbolo de injustiça social e uma afronta à soberania do Brasil, associando-o ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é visto como um possível candidato para as eleições de 2026.

O perfil oficial de Lula na rede X compartilhou uma mensagem reforçando a importância do respeito ao povo brasileiro, à soberania e à proteção das empresas nacionais.

Além disso, um vídeo de campanha foi divulgado, destacando que o Brasil é um país soberano, independente e que protege sua população e democracia. A mensagem enfatiza que o Brasil não se deixa dominar por outros países.

O vídeo inclui uma frase em inglês traduzida como “Aqui quem manda é a gente. O Brasil é soberano, o Brasil é dos brasileiros. Governo do Brasil.”

A partir de agosto, o governo pretende lançar um novo slogan focado na defesa dos mais pobres, ampliando o público-alvo para além dos beneficiários de programas sociais.

A sobretaxa americana foi anunciada numa carta que também afirma que Bolsonaro está sendo perseguido pela Justiça brasileira, em específico pelo STF por presunto envolvimento em um plano golpista para impedir a posse de Lula em 2022.

Os apoiadores de Bolsonaro receberam a medida dos EUA com entusiasmo. Seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, chegou a condicionar negociações sobre estas tarifas a uma anistia ampla e irrestrita.

Esta situação oferece ao governo uma narrativa de que Bolsonaro conspirou contra a economia brasileira, com apoio de Tarcísio.

Apesar dos prejuízos econômicos, o Palácio do Planalto enxerga essa retaliação americana como uma chance para reforçar a luta por justiça tributária.

Para isso, ministérios foram instruídos a enviar à Secretaria de Comunicação exemplos de ações que combatam a desigualdade. Também foi solicitado que divulguem um vídeo sobre ressarcimento a beneficiários do INSS que tiveram descontos indevidos.

Representantes de agências de publicidade que trabalham com o governo foram convocados para discutir esse novo foco de comunicação, que criou uma divisão clara entre “nós contra eles”.

Na próxima semana, Lula planeja dar mais entrevistas para ampliar sua comunicação, principalmente com a mídia de televisão. Essa estratégia ganhou força após a interferência americana no Judiciário brasileiro.

Lula já concedeu entrevistas à Record e à Globo, onde responsabilizou Bolsonaro pelas tarifas impostas por Trump, enfatizando a soberania brasileira e pedindo respeito à Justiça do país.

Embora o chanceler Mauro Vieira tenha sugerido que o Itamaraty respondesse, prevaleceu a ideia de que a reação deveria partir diretamente do presidente, visto que se trata de uma agressão política às instituições brasileiras.

Foi considerada a possibilidade de um pronunciamento em rede nacional, mas essa ideia foi abandonada.

Além de ligar Bolsonaro às ameaças econômicas, o governo investirá na associação da crise com Tarcísio de Freitas, que tem apoiado publicamente Trump e Bolsonaro.

Tarcísio tentou amenizar a situação com conversas que envolveram Bolsonaro, ministros do STF e o chefe da Embaixada dos EUA no Brasil.

Lula tem sido incentivado a dialogar com empresários e o setor do agronegócio, buscando ampliar pontes para fortalecer a defesa dos interesses nacionais.

O vice-presidente, ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi designado para liderar essa negociação com o empresariado e convocar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que inclui empresários e representantes da sociedade civil.

Também está sendo avaliada a convocação de um conselho com governadores para discutir o impacto do tarifaço nas economias estaduais.

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