O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou a permanência de Paulo Gonet na função de procurador-geral da República por mais dois anos ao assinar sua recondução. Gonet assumiu o cargo em dezembro de 2023 e tinha mandato até dezembro deste ano, mas a renovação foi antecipada.
Essa ação aconteceu pouco antes do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), processo liderado por Gonet, que o denunciou por liderar um esquema para se manter no poder após perder a eleição de 2022.
A decisão seguiu uma reunião entre Gonet e Lula no Palácio do Planalto. Apesar da recondução, Gonet ainda precisará passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e ser aprovado pelo plenário, que exige 41 votos, tendo ele recebido 65 na última aprovação.
Antecipar a recondução evita disputas internas pelo cargo no Ministério Público Federal, já que a Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) organiza uma lista tríplice de candidatos. Lula não precisa seguir essa lista e já havia eleito Gonet assim anteriormente.
Paulo Gonet tem 64 anos, é subprocurador-geral da República e possui cerca de 40 anos de atuação no Ministério Público. É graduado em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), com mestrado na Universidade de Essex, Reino Unido, e doutorado pela UnB.
Ingressou no Ministério Público Federal em 1987, passando em primeiro lugar no concurso para procurador da República. Foi vice-procurador-geral Eleitoral na gestão do antecessor, Augusto Aras. Desde que assumiu a PGR, voltou o foco em casos de corrupção, especialmente envolvendo emendas parlamentares.
Um exemplo foi a denúncia feita em abril contra o então ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por suspeita de desvios em emendas, levando à demissão deste por Lula.
As informações foram obtidas da Agência Brasil.