Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, anunciou que deseja construir uma sociedade com mais pessoas na classe média, por meio de políticas que promovam a inclusão social. Essa declaração foi feita durante a apresentação de uma nova linha de crédito para moradia, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.
Lula destacou a importância de ajudar as pessoas a subirem na escala social e explicou que é dever do governo cuidar dos cidadãos com menor renda, pois ninguém gosta de viver na pobreza.
O presidente também respondeu às críticas sobre os programas sociais, afirmando que cerca de 90% da população brasileira se beneficia das ações do governo federal.
Falha na MP do IOF
Referindo-se à recente rejeição do governo em relação à Medida Provisória que propunha alternativas para o aumento do IOF, Lula mencionou que pessoas ricas, fintechs e empresas de apostas não querem pagar mais impostos.
Ele ressaltou que, embora haja muitas críticas sobre o investimento em programas sociais como o Bolsa Família, a maioria da população ganha menos de R$ 5 mil por mês.
Lula também fez uma brincadeira com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST), ao mencionar que antigamente o Brasil era conhecido por invasões de condomínios e perguntou se o deputado viveu essa época.
Nova linha de crédito para moradia
O presidente participou do lançamento de um novo modelo de crédito imobiliário, criado para substituir gradualmente a poupança como principal fonte de financiamento e introduzir um sistema mais flexível e sustentável.
No novo sistema, a cada real emprestado para financiamento habitacional, os bancos poderão usar o mesmo valor da poupança livremente por até cinco anos, com possibilidade de prorrogação caso novos financiamentos sejam concedidos.
Atualmente, 65% dos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos são destinados ao crédito imobiliário, 20% são recolhidos como compulsório pelo Banco Central e 15% ficam livres para uso. Inicialmente, o Banco Central deverá liberar cinco pontos percentuais do compulsório para as instituições que aderirem ao novo modelo, o que pode gerar de R$ 20 a R$ 25 bilhões em crédito imobiliário.
Dos recursos liberados, 80% deverão ser aplicados no Sistema de Financiamento Habitacional, com taxa de juros máxima de 12% ao ano, e os 20% restantes no Sistema Financeiro Imobiliário, que opera com juros de mercado. Essa divisão também será válida para os valores liberados do compulsório.
O novo modelo será implementado gradualmente até o fim de 2026, em fase de testes, e deverá estar completamente em vigor em 2027. A transição gradual foi solicitada pelo setor da construção civil para evitar rupturas bruscas no sistema de crédito.