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terça-feira, 12/08/2025

Lula quer aprovar projetos econômicos importantes antes das eleições

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Às vésperas das eleições de 2026, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está acelerando para garantir a aprovação dos principais projetos econômicos até o final de 2025, devido à dificuldade de avançar em votações no Congresso durante anos eleitorais.

Para promover a reforma do crédito no Legislativo, o governo conta com o apoio do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), um grupo composto por representantes da sociedade civil que assessora a Presidência da República. Na quinta sessão plenária do conselho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu aos membros que reforcem a articulação política com deputados e senadores para garantir a aprovação dos projetos nas duas casas do Congresso.

Haddad destacou a importância de um contato direto com parlamentares para priorizar esses projetos e possibilitar a entrega de uma agenda completa do crédito ainda neste ano. Segundo ele, há propostas em andamento no Congresso que visam reduzir o spread bancário ao aumentar a concorrência entre instituições financeiras, um caminho que ele considera significativo para o país.

Desafios na popularidade do governo

Pesquisas recentes mostraram que o governo de Lula enfrenta dificuldades na opinião pública, apesar de apresentar sinais de recuperação em comparação a meses anteriores. Levantamentos indicam uma avaliação negativa de 40% contra 29% de positiva segundo Datafolha, enquanto a reprovação está em 53% e aprovação em 43% conforme Quaest. A pesquisa AtlasIntel/Bloomberg aponta um equilíbrio na popularidade, com 50,2% de aprovação e 49,7% de desaprovação.

Agenda da reforma do crédito

Liderada pelo secretário Marcos Pinto, a Secretaria de Reformas Econômicas trabalha com seis projetos atualmente em tramitação, entre eles cinco projetos de lei e uma medida provisória. A prioridade principal é ampliar a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, medida que pode começar a valer em 2026 se aprovada ainda este ano.

  • PL 1087/24 – Isenção IR – aguardando votação na Câmara
  • MP 1303/25 – Aplicações Financeiras – aguardando votação na comissão mista
  • PL 2925/23 – Proteção a Minoritários – aguardando votação na Câmara
  • PL 2926/23 – Lei de Infraestrutura do Mercado Financeiro (LIMF) – aguardando distribuição no Senado
  • PL 6204/2019 – Execução extrajudicial – aguardando votação na CCJ do Senado
  • PL 3/2024 – Falências – aguardando distribuição no Senado

Em entrevista, Marcos Pinto ressaltou que os projetos têm o objetivo de reduzir o custo do crédito no Brasil e que a equipe acredita que todos serão aprovados até o encerramento do atual mandato.

Isenção do Imposto de Renda

Esta proposta, uma promessa de campanha do presidente Lula, é uma das prioridades do governo. O projeto, relatado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), ampliou a redução parcial do IR de R$ 7 mil para R$ 7.350. O texto já foi aprovado em comissão especial e aguarda votação no plenário da Câmara, com expectativa de votação ainda em agosto. Caso aprovado, seguirá para o Senado.

No entanto, recentes tentativas de obstrução por parte da oposição no Congresso federal alertaram o governo sobre possíveis atrasos na tramitação das propostas prioritárias.

Metas da Fazenda para os próximos anos

No início do ano, o ministro Fernando Haddad apresentou ao presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), uma lista com 25 propostas prioritárias para 2025 e 2026, que incluem:

  • Fortalecer o arcabouço fiscal para promover crescimento do PIB, reduzir desemprego, controlar a inflação e estabilizar a dívida pública;
  • Implementar a reforma tributária sobre o consumo;
  • Regulamentar a reforma tributária, incluindo a gestão do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS);
  • Limitar supersalários no funcionalismo público;
  • Realizar a reforma da previdência dos militares;
  • Apresentar projeto para conformidade tributária e aduaneira;
  • Criar isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil e tributar milionários;
  • Atualizar a Lei de Falências;
  • Fortalecer proteção a investidores no mercado financeiro;
  • Consolidar a infraestrutura legal do mercado financeiro;
  • Implementar resolução bancária;
  • Avançar no mercado de crédito, incluindo execuções extrajudiciais e ampliação de garantias;
  • Regulamentar as grandes empresas de tecnologia (big techs);
  • Modernizar o marco legal de preços de medicamentos;
  • Permitir que alunos possam investir em poupanças e títulos do Tesouro (programa Pé-de-Meia);
  • Atualizar regime de concessões e parcerias público-privadas;
  • Emitir novos títulos sustentáveis para recursos do fundo climático;
  • Avançar na implementação do mercado de carbono;
  • Realizar novos leilões Ecoinvest;
  • Incentivar compra pública com conteúdo nacional para tecnologia ecológica;
  • Estruturar Fundo Internacional de Florestas;
  • Finalizar a taxonomia sustentável brasileira;
  • Estabelecer políticas para atrair datacenters e regulamentar inteligência artificial;
  • Revisar critérios de sustentabilidade para programas agrícolas;
  • Finalizar levantamento de investimentos sustentáveis na Plataforma de Investimentos para Transformação Ecológica no Brasil (BIP).

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