O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está prestes a embarcar para os Estados Unidos (EUA) nos próximos dias para participar da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Esta viagem acontece em um contexto de crescente tensão com a administração norte-americana, após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula deve abrir a assembleia com um discurso, como é tradição anual, além de participar de reuniões bilaterais e outros eventos paralelos ao encontro da ONU.
Na última quinta-feira (11/9), o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, prometeu retaliação devido à condenação do ex-presidente brasileiro, que foi sentenciado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe após perder as eleições de 2022.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil declarou que tais ameaças não vão abalar a democracia do país.
O governo brasileiro também lançou uma medida provisória, chamada Plano Brasil Soberano, para apoiar empresas exportadoras afetadas pelas tarifas impostas pelos EUA, que incluem ações como compra de produtos perecíveis para programas sociais, linhas de crédito subsidiadas no valor de R$ 30 bilhões, ampliação de programas de retorno de impostos para exportadores e extensão do regime de suspensão de tributos sobre matérias-primas para exportação.
Em artigo publicado no New York Times, Lula defendeu a decisão da Suprema Corte, negando a existência de uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro e afirmou que o governo brasileiro está aberto a negociações mutuamente benéficas, mas enfatizou que a soberania e a democracia do Brasil não estão em discussão.
As relações entre Brasil e Estados Unidos foram abaladas desde a imposição de tarifas de 50% sobre exportações brasileiras pelos EUA. Apesar das tentativas de negociação por parte do Brasil, o governo Trump permanece resistente em flexibilizar essas tarifas.