O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou um pacote de ajuda no valor de R$ 30 bilhões destinado às empresas brasileiras prejudicadas pelo aumento das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Medida Provisória será assinada nesta quarta-feira (13/8), conforme anunciado pelo presidente durante entrevista ao programa É da Coisa, da BandNews, na terça-feira (12/8).
“Amanhã vou assinar uma MP que cria uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas brasileiras que eventualmente sofram perdas devido às tarifas de Trump. Isso é apenas o começo, pois não é possível definir um valor maior sem saber o impacto total. A política de crédito será especialmente destinada para apoiar pequenas empresas, exportadoras de tilápia, frutas, mel, entre outros”, afirmou Lula.
O presidente também afirmou que o pacote inclui duas estratégias adicionais: a busca por novos mercados para garantir a sobrevivência das empresas a longo prazo e um programa para aumentar as compras governamentais. Ao divulgar as medidas, Lula reforçou um lema adotado pelos progressistas durante a pandemia de Covid-19.
“As grandes empresas têm mais influência, mas vamos aprovar a medida amanhã, o que será fundamental para demonstrar que ninguém ficará desamparado em decorrência das tarifas impostas pelo presidente Trump. Vamos cuidar dos trabalhadores dessas empresas e procurar novos mercados. Estamos encaminhando uma lista dos produtos que costumávamos vender para os EUA para outros países. Ninguém será deixado para trás”, declarou o presidente.
Estratégia de reação
Mais cedo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), informou que o plano para amenizar os efeitos do aumento das tarifas visa incentivar a abertura de novos mercados para exportação. Além disso, o governo está trabalhando para disponibilizar linhas de crédito para os setores afetados.
“A ajuda consistirá em abrir novos mercados para nossos produtos e, possivelmente, apoiar com linhas de financiamento os setores exportadores”, explicou o ministro em entrevista à rádio Alvorada FM, da Bahia.
Entre os países com os quais o Brasil tem negociado para expandir a oferta de produtos estão China e Índia — esta última também é alvo de tarifas de 50% aplicadas pelo governo dos EUA.
Na segunda-feira (11/8), o presidente se reuniu com sua equipe por cerca de duas horas para ajustar a proposta. Outra reunião está agendada para terça-feira.
O governo federal prevê que 36% das exportações brasileiras terão acréscimo de 50% nas tarifas para entrar nos EUA, conforme informou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB).