Nova York e Brasília – Na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (23/9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o processo do Supremo Tribunal Federal (STF) que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), destacando a soberania do Brasil e reafirmando que a democracia não está aberta a negociações.
Ele afirmou: “Pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por ameaçar o Estado Democrático de Direito, sendo investigado, julgado e responsabilizado, com direito à defesa – algo que ditaduras negam às suas vítimas. Diante do mundo, o Brasil enviou uma mensagem clara a todos os aspirantes a autocratas e seus apoiadores. Nossa democracia e soberania são inegociáveis.”
Lula destacou, ainda, que “falsos patriotas” ligados a uma “extrema-direita subserviente” promovem publicamente ações contra o país, mencionando o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador Paulo Figueiredo nos Estados Unidos.
O presidente frisou que a condenação do ex-presidente Bolsonaro representa uma forte advertência a candidatos autocratas. Ele foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por atos considerados contrários à democracia pelo STF.
As iniciativas de Eduardo Bolsonaro e Figueiredo provocaram pressões sobre autoridades brasileiras, assim como medidas econômicas restritivas. O governo dos Estados Unidos, sob a administração Donald Trump, impôs tarifas ao Brasil, justificando-as como resposta ao julgamento do ex-presidente, acusando-o de ser alvo de perseguição política. Além disso, ministros do STF enfrentam ameaças frequentes vindas dos EUA.
Lula declarou: “A interferência na independência do Judiciário é inaceitável. Essa intromissão conta com o apoio de uma extrema-direita que deseja querem reviver antigos regimes. Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil.”
O encontro iniciou-se às 10h com um discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, que defendeu o multilateralismo e a própria ONU, ressaltando a importância da paz mundial como prioridade máxima.
Este evento ocorre um dia após o governo dos EUA anunciar uma nova série de sanções contra autoridades brasileiras em decorrência da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.