Paulo Gonet foi escolhido pelo presidente Lula para continuar à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) por mais dois anos. Desde dezembro de 2023, Gonet administra casos de grande relevância, incluindo a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), consumada em fevereiro deste ano.
A recondução antecipada surgiu como resposta à revogação do visto americano pelo governo dos Estados Unidos, conforme revelado na coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles. Ao celebrar sua recondução, Gonet expressou gratidão ao presidente e reafirmou seu compromisso com a Justiça, o Ministério Público e o país.
À frente da PGR, ele liderou a investigação que resultou na denúncia e na condição de réu do ex-presidente por tentativa de golpe, além de manter foco nas apurações dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, desde o início de sua gestão.
Durante as investigações, Gonet autorizou diversos acordos, ainda que nem todos tenham sido aceitos. Até o momento, mais de 700 pessoas foram penalizadas pelos eventos relacionados a 8 de janeiro, com penas que chegam a até 17 anos para financiadores dos atos.
A partir de 2 de setembro, Paulo Gonet assumirá uma vaga na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), onde continuará a defender a condenação de envolvidos em supostas tentativas de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros aliados aguardados para julgamento até o fim do ano.
Embora tenha sido indicado por Lula, Gonet demonstrou imparcialidade, promovendo investigações tanto contra integrantes do grupo do ex-presidente quanto contra membros do atual governo. Um exemplo disso foi a denúncia contra o então ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por suspeita de desvio de verba parlamentar, o que resultou em sua demissão.
Essa postura reforça o compromisso de Gonet em combater corrupção e má gestão de recursos públicos.
Fontes da Polícia Federal indicam que Gonet apoiou investigações detalhadas que embasaram os indiciamentos e denúncias realizadas pela PGR.
Com a reeleição, o procurador-geral precisará ser aprovado novamente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no plenário do Senado, onde é necessária a maioria simples de 41 dos 81 senadores.
Na indicação original, Gonet foi aprovado por 65 senadores, enquanto 11 foram contrários.