Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja um gesto ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o Palácio do Planalto pretende enviar ao Senado até a próxima semana a mensagem oficial que formaliza a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo informações do Metrópoles, a documentação está quase finalizada, faltando apenas anexar alguns documentos do advogado-geral da União, como certidões negativas exigidas pelo regimento do Senado.
Lula deve usar a entrega da mensagem para fazer um gesto político ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), entregando a papelada pessoalmente, numa tentativa de amenizar a relação após impasses causados pela indicação de Messias. A reunião ainda não tem data e depende da disponibilidade de Alcolumbre.
Recentemente, ambos estiveram no centro de um conflito cujo motivo foi justamente a indicação de Messias para substituir Luís Roberto Barroso na Corte. Alcolumbre tinha preferência pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas Lula escolheu um nome de sua confiança.
Insatisfeito com a decisão, Alcolumbre enviou sinais ao Planalto e, nos dias seguintes, marcou uma sessão para analisar vetos do presidente à Lei do Licenciamento, aprovou uma pauta com grandes custos ao orçamento e indicou que poderia continuar a sabatina de Messias mesmo sem o envio da mensagem oficial.
Essa ideia não avançou, e Alcolumbre cancelou a sabatina prevista para 10 de dezembro. Essa decisão deu maior margem ao governo para buscar votos para Messias, mas houve acusações de suposta “omissão grave” do Executivo por não ter enviado a mensagem logo após a indicação em 20 de novembro.
Mensagem oficial ao Senado
- A mensagem deve conter currículo detalhado, vínculos empresariais, comprovação fiscal e informações de familiares relacionados.
- Ela é enviada ao Senado por sistema do Legislativo, e só após isso a sabatina pode ocorrer.
- A demora foi vista por aliados de Alcolumbre como tentativa de atrasar a análise de Messias.
- O entorno de Lula diz que o tempo é semelhante a outras indicações, como a de Zanin, que também levou cerca de duas semanas.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, respondeu às críticas dizendo que o governo está cumprindo o rito documental do Senado e não tem intenção de burlar o processo.
Lula expressou não entender como o impasse se tornou um problema político tão grande, mostrando desconforto com a situação. O governo busca reorganizar a relação para evitar que a crise prejudique a indicação, que atualmente é considerada improvável, mas não impossível, dada a atual atmosfera.
Com o envio da documentação de Messias previsto para a próxima semana e o recesso do Legislativo começando em 23 de dezembro, senadores acreditam que a sabatina será realizada apenas em 2026.