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segunda-feira, 10/11/2025




Lula e Zelensky firmam acordo de paz na ONU

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Em Brasília

A tensão recente entre Brasil e Ucrânia diminuiu durante a 80ª Assembleia Geral da ONU, realizada em Nova York, quando os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Volodymyr Zelensky selaram um acordo de paz após meses de desentendimentos. O encontro aconteceu na quarta-feira (24/9).

Os dois líderes não se encontravam pessoalmente desde 2023, quando se reuniram na Assembleia da ONU daquele ano.

Desde que Lula iniciou seu terceiro mandato como presidente, a relação entre Brasil e Ucrânia teve altos e baixos. Embora o presidente brasileiro tenha se mostrado aberto a mediar negociações de paz entre Ucrânia e Rússia, Zelensky criticava algumas declarações de Lula, que foram interpretadas como favoráveis a Putin.

Após a reunião nos EUA, Lula comentou com a imprensa sobre a conversa, que ele classificou como “importante”.

De acordo com o presidente brasileiro, durante aproximadamente uma hora de diálogo, uma promessa foi feita a Zelensky: a de que ele conversaria com líderes globais, incluindo o presidente dos EUA, Donald Trump, para buscar soluções pacíficas para a Ucrânia.

Uma das propostas de Lula foi formar um grupo de países para visitar Moscou e Kiev e trabalhar num acordo público conjunto para o fim do conflito. Para ele, os limites nas negociações foram colocados por ambos os lados envolvidos na guerra.

Zelensky agradeceu a posição clara do presidente brasileiro sobre um possível cessar-fogo e classificou a conversa como “boa” — além de convidar Lula para visitar a Ucrânia.

Período de tensão

O encontro em Nova York, solicitado pelo governo ucraniano, marcou o primeiro contato pessoal entre os presidentes em dois anos. A última reunião havia sido na Assembleia Geral da ONU em 2023.

Após aquele ano, as relações diplomáticas entre Brasil e Ucrânia passaram por momentos difíceis, principalmente devido a posicionamentos do líder brasileiro interpretados por Kiev como favoráveis à Rússia.

O ápice da tensão ocorreu em maio deste ano, quando Lula aceitou convite de Vladimir Putin para participar das comemorações do 80º aniversário do Dia da Vitória em Moscou.

A simples presença de Lula no evento foi criticada pelo governo ucraniano, que viu a participação como um sinal de apoio ao líder russo.

Devido a esse episódio, Zelensky recusou pelo menos duas chamadas telefônicas de Lula.

Além disso, a embaixada ucraniana em Brasília está sem embaixador desde julho, depois que Zelensky não nomeou substituto para o antigo chefe da missão, Andrii Melnyk. Isso é interpretado como um sinal de insatisfação diplomática.

Reunião mais produtiva

O reencontro foi visto com otimismo pela diplomacia brasileira, que descreveu a conversa como significativamente melhor que a anterior, em 2023.

Fontes do Itamaraty revelaram que o encontro de Nova York resultou de um esforço para recuperar a diplomacia entre os presidentes nos bastidores.

Em junho, durante a cúpula do G7 no Canadá, Lula e Zelensky haviam tentado se encontrar, mas a agenda do presidente brasileiro impediu o contato. Apesar disso, o gesto foi considerado um avanço na tentativa de reaproximação.

Uma autoridade da embaixada brasileira em Kiev destacou a importância do diálogo presidencial e valorizou os esforços de Lula para a paz, além de mencionar a continuidade da cooperação bilateral em áreas como ajuda humanitária, saúde, meio ambiente, bioenergia, educação e cultura.

Ela afirmou que o trabalho político pela paz ganhou nova força nos últimos meses, especialmente com o diálogo entre os presidentes.




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