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quarta-feira, 17/12/2025

Lula é visto com desempenho superior no tarifaço, índice chega a 54%

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Uma pesquisa realizada pelo instituto Genial/Quaest, divulgada em 16 de dezembro de 2025, revelou que a maioria dos brasileiros avalia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve uma performance melhor do que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores durante o conflito comercial gerado pelo tarifaço dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, atingindo 54% no mês de dezembro.

De acordo com o estudo, 24% dos entrevistados consideram que Bolsonaro e seus aliados foram mais eficazes na questão, enquanto 10% acreditam que nenhum dos lados se destacou. Outros 12% não souberam ou optaram por não responder.

Os números mostram um aumento significativo ao longo do ano, já que em julho apenas 44% atribuíram vantagem a Lula e ao PT. Em agosto, a aprovação subiu para 48%, depois caiu para 40% em setembro, para finalmente alcançar 54% em dezembro, o ponto mais alto da série. Paralelamente, a aprovação de Bolsonaro diminuiu de 29% para 24% no mesmo período.

Importância da atuação de Lula

A pesquisa também avaliou a percepção sobre a relevância da atuação direta de Lula para resolver o conflito comercial com os EUA. Para 43% dos entrevistados, a postura do presidente foi fundamental para a melhoria do cenário. Outros 28% consideram que a atuação foi importante, porém em menor grau. Já 23% opinam que a intervenção do presidente não teve impacto relevante, e 6% não souberam ou não responderam.

Esses dados indicam que a maioria da população reconhece o papel significativo do governo na gestão da crise, mesmo sem a adoção de medidas de retaliação direta contra os Estados Unidos.

Contexto do tarifaço

O tarifaço imposto pela administração de Donald Trump entrou em vigor em 6 de agosto de 2025, após um processo de aumento gradual iniciado em fevereiro daquele ano. Inicialmente, os Estados Unidos aplicaram uma tarifa de 25% sobre o ferro e aço brasileiro. Em abril, anunciou-se uma tarifa recíproca de 10%, seguida do aumento para 50% em maio, concentrado no mesmo setor.

Em agosto, a sobretaxa se estendeu a outros produtos, elevando a alíquota para 50% em uma grande variedade de itens, com algumas exclusões para certos produtos. Trump justificou tais ações como forma de proteger a indústria norte-americana e responder a políticas brasileiras consideradas desfavoráveis.

O conflito ganhou também contornos políticos e diplomáticos, incluindo a suspensão de vistos concedidos a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a imposição de sanções baseadas na Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, aumentando a pressão sobre o Governo brasileiro.

Impactos econômicos e negociações

Os setores do agronegócio, da indústria metalúrgica, do café, das frutas e dos calçados foram os mais afetados, o que levou o Palácio do Planalto a intensificar o diálogo diplomático e a promover medidas para auxiliar os segmentos prejudicados.

Em novembro, Trump assinou uma ordem executiva que flexibilizou parte das tarifas sobre produtos agrícolas brasileiros, zerando impostos de 40% sobre vários produtos, incluindo carne bovina fresca, cacau, café, frutas, vegetais, nozes e fertilizantes.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o próximo passo seria reduzir as taxas que impactam o setor industrial. O chanceler Mauro Vieira confirmou que o Brasil apresentou aos EUA uma proposta geral e aguarda resposta para avançar nas negociações. Segundo o Planalto, houve progresso inicial após contato telefônico entre Lula e Trump em outubro, que abriu espaço para a revisão parcial das medidas punitivas.

A pesquisa ouviu mais de 2 mil brasileiros, com margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%, tendo a coleta sido realizada entre 11 e 14 de dezembro de 2025.

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