Mateus Vargas
FolhaPress
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (3) que a conversa entre o presidente Lula (PT) e o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fortaleceu a cooperação no combate ao crime organizado que ultrapassa as fronteiras do Brasil.
Segundo Haddad, o crime organizado utiliza plataformas digitais para lavar dinheiro, e os desdobramentos dessa parceria entre os países serão rápidos, embora ele não tenha revelado detalhes das ações futuras.
O ministro destacou que recentemente ocorreram três grandes operações contra o crime no Brasil, as quais ganharam um caráter internacional após o diálogo entre Lula e Trump.
Haddad mencionou também que a embaixada dos EUA solicitou acesso a documentos que estão sendo preparados sobre as investigações em curso.
Ele ressaltou ainda que o crime organizado explora brechas em instituições financeiras digitais, como fintechs e plataformas de apostas (bets), que são usadas para lavagem de dinheiro e ocultação de bens, o que preocupa as autoridades.
Essas declarações foram feitas durante a assinatura de um acordo entre o Ministério da Saúde e outras entidades para compartilhar informações sobre apostas, além de ampliar o atendimento para pessoas com problemas relacionados ao jogo.
Haddad não especificou quais medidas estarão em vigor, mas na semana passada uma nova operação contra fraudes fiscais no setor de combustíveis teve como alvo o Grupo Fit, dono da empresa Refit, antiga refinaria de Manguinhos, do empresário e advogado Ricardo Magro. Cerca de R$ 10 bilhões em bens foram bloqueados nesse grupo econômico.
Também na terça-feira (3), o presidente Lula afirmou que, durante a ligação para Trump, defendeu ações conjuntas para combater o crime organizado usando inteligência, sem necessidade de armas. “Eu disse ao presidente Trump: ‘não precisamos usar armas; temos que usar inteligência'”.
Em entrevista à TV Verdes Mares, do Ceará, Lula afirmou ainda que o Brasil está disposto a colaborar com os Estados Unidos no combate ao crime organizado, seja nas fronteiras ou em qualquer lugar onde ele ocorra.
Ele acrescentou que será usada a inteligência dos países vizinhos, dos EUA e de outras partes do mundo para intensificar a luta contra facções criminosas, narcotráfico e outras atividades ilegais.

