Rio de Janeiro – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (7/7) que a Organização das Nações Unidas (ONU) não tem capacidade para promover um cessar-fogo na Ucrânia nem na Faixa de Gaza. De acordo com o presidente, é necessária uma reforma no Conselho de Segurança da ONU para permitir a participação de mais países.
“O Conselho de Segurança, que deveria ser o modelo para evitar que as guerras acontecessem, é quem acaba facilitando. Desde a guerra do Iraque, a invasão da Líbia e a morte de Muammar Gaddafi, até o conflito na Ucrânia. Ninguém pede autorização para iniciar guerras”, explicou Lula.
O presidente ressaltou que não existe uma entidade internacional capaz de mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia, o que dificulta o fim das ofensivas militares na Europa Oriental.
“Depois, a ONU perde a confiança e a autoridade para negociar. Quem media? No conflito entre Rússia e Ucrânia, quem senta para negociar? Não existe um organismo capaz de reunir esses dois lados, avaliar a situação e sugerir uma solução”, acrescentou.
O Conselho de Segurança é composto por 15 países, dos quais cinco têm assentos permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Para aprovar uma resolução de paz ou similares, são necessários votos favoráveis de nove países, e nenhum membro permanente pode fazer uso do veto.
Lula também criticou a inação da ONU diante do agravamento dos confrontos na Faixa de Gaza. As forças israelenses intensificaram ataques após integrantes do grupo Hamas invadirem Israel, causando cerca de 1.200 mortes.
“O que ocorre em Gaza ultrapassa a compreensão de qualquer pessoa no planeta. Dizer que é uma guerra contra o Hamas? Apenas inocentes, mulheres e crianças estão morrendo. Onde está a entidade internacional para acabar com isso? Não existe. A ONU deveria coordenar, mas não pode porque está envolvida”, destacou o presidente.
Lula é um dos críticos das operações militares israelenses na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirma que as ações visam eliminar o grupo Hamas.