O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (18/12) que, caso seu filho Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, esteja envolvido no esquema de fraude do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ele será investigado, assim como os demais suspeitos. “Tenho orientado meus ministros e os participantes da CPI para que haja rigor nas investigações de todos os envolvidos. Se algum filho meu estiver implicado, será investigado”, afirmou Lula.
Durante depoimento, um ex-funcionário de Antonio Carlos Camilo Antunes, apelidado de Careca do INSS, revelou que o lobista teria efetuado um pagamento de R$ 25 milhões ao filho do presidente e também mantinha uma mesada mensal de aproximadamente R$ 300 mil.
Conforme divulgado pelo Metrópoles, a Polícia Federal possui documentos que comprovam uma viagem de Careca do INSS com Lulinha. Eles viajaram em classe executiva de Guarulhos (GRU) para Lisboa (LIS) em 8 de novembro do ano anterior.
Lulinha mudou-se para Madri, capital da Espanha, no meio deste ano, uma decisão considerada abrupta pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Parlamentares têm dúvidas se a mudança aconteceu devido a um possível acesso antecipado às investigações ou em resposta ao início da CPMI no Congresso para apurar o caso.
A amiga de Lulinha, Roberta Luchsinger, foi alvo de uma nova fase da operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrada nesta quinta-feira (18/12). As investigações indicam que Careca teria enviado R$ 1,5 milhão para essa empresária.
O escândalo envolvendo o INSS foi inicialmente revelado pelo Metrópoles em reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Após três meses, foi constatado que a arrecadação das entidades por meio da cobrança de mensalidades de aposentados havia atingido R$ 2 bilhões em um ano, apesar das milhares de ações judiciais movidas por fraudes nas filiações de segurados.
As reportagens do portal contribuíram para a abertura de um inquérito pela Polícia Federal e auxiliaram nas investigações da Controladoria-Geral da União. No total, 38 matérias foram incluídas na representação que culminou na Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, levando à demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

