Durante a visita do presidente do Equador, Daniel Noboa, a Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a importância da colaboração entre nações para enfrentar o crime organizado. O líder afirmou que é possível lidar com esse problema sem rotular organizações criminosas como terroristas ou desrespeitar a soberania dos países envolvidos.
Nos últimos tempos, os Estados Unidos tentaram classificar facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas, porém o governo de Lula se opôs a essa medida.
Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, Lula comentou o caso recentemente: “Não é necessário chamar grupos criminosos de terroristas, nem infringir a soberania alheia para combater o crime organizado. Apenas mediante cooperação entre os países da América do Sul conseguiremos eliminar essas redes que atuam em vários lugares”, destacou o presidente.
Ele ainda expressou interesse em estabelecer uma parceria com o Equador para a área de segurança pública. “Reforcei ao presidente Noboa a proposta do Brasil de cooperação em segurança. Estamos planejando reabrir a representação da Polícia Federal em Quito”, afirmou.
O encontro ocorreu em um momento em que o Brasil busca diversificar suas relações comerciais, especialmente após o aumento das tarifas implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Equador alcançou US$ 1,1 bilhão, dos quais US$ 970 milhões correspondem a exportações brasileiras. Entre os produtos exportados estão veículos, máquinas, medicamentos e itens das indústrias de papel e celulose.
Os presidentes tiveram uma reunião privada na manhã de segunda-feira. Representantes de ambos os países firmaram acordos de cooperação em setores como desenvolvimento social, inteligência artificial e agricultura familiar. Após a reunião, foi oferecido um almoço no Palácio do Itamaraty.