O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, afirmou em um texto publicado no último domingo no jornal The New York Times que sente orgulho do Supremo Tribunal Federal pela decisão importante tomada pela Primeira Turma que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete envolvidos por tentativa de golpe contra a democracia.
Em resposta direta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula enfatizou que o julgamento não representa uma campanha persecutória. Ele ressaltou que a democracia e a soberania do Brasil não podem ser barganhadas no contexto das tarifas elevadas aplicadas pelo governo norte-americano a produtos brasileiros em agosto.
Lula declarou: “Tenho grande respeito pela Suprema Corte brasileira e pela decisão histórica que protege nossas instituições e o estado democrático. Isso não foi uma caça às bruxas. O processo seguiu rigorosamente os procedimentos estabelecidos pela Constituição de 1988, promulgada após anos de ditadura militar.”
O ex-presidente Bolsonaro recebeu uma condenação de 27 anos e três meses de prisão por cinco crimes, juntamente com seis pessoas próximas a ele, incluindo ex-ministros e outros oficiais, que também foram declarados culpados.
Além disso, Lula respondeu às alegações feitas pelos Estados Unidos sobre suposta perseguição contra grandes empresas de tecnologia e críticas ao sistema de pagamento eletrônico brasileiro, Pix. Ele defendeu que as companhias que operam no Brasil devem cumprir a legislação local como qualquer outra organização. Sobre o Pix, destacou que esta iniciativa do Banco Central contribuiu para inserir muitos cidadãos e empresas no sistema econômico.
Em sua mensagem final, Lula afirmou estar sempre aberto a negociações que possam beneficiar ambos os países, mas deixou claro que a soberania e a democracia brasileiras não estão em negociação. Ele lembrou um discurso de Trump na ONU em 2017, sobre o respeito entre nações diferentes, reforçando a importância da cooperação amistosa entre Brasil e Estados Unidos.