Rio de Janeiro — Em sua apresentação durante a cúpula do Brics no domingo (6/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou mudanças no Fundo Monetário Internacional (FMI) e na Organização Mundial do Comércio (OMC). Ele criticou os bilionários ao abordar a questão da justiça tributária e ressaltou a importância de novas formas de pagamento dentro do bloco como alternativa a políticas protecionistas.
Essas declarações ocorreram na sessão plenária de abertura focada em multilateralismo, finanças e inteligência artificial.
“Enquanto o unilateralismo impõe barreiras ao comércio, nosso grupo busca sistemas de pagamento internacionais que sejam mais rápidos, acessíveis e seguros”, enfatizou o presidente.
Lula também enfatizou a necessidade de reformar o sistema de cotas do FMI e da OMC. “A reformulação da OMC é um ponto crucial e urgente. A paralisação e o aumento do protecionismo geram um desequilíbrio insustentável para as nações em desenvolvimento”, destacou.
“Não é possível restaurar a confiança na OMC sem garantir um equilíbrio justo entre direitos e responsabilidades que refletem os interesses de todos os membros”, complementou Lula.
Durante seu discurso, o presidente ainda afirmou que o modelo econômico baseado no neoliberalismo agrava as desigualdades sociais, mencionando a grande acumulação de riquezas entre os super-ricos.
“Esse modelo aprofunda as disparidades. Nos últimos anos, três mil bilionários acumularam um ganho de US$ 6,5 trilhões desde 2015. Garantir justiça fiscal e combater a evasão são essenciais para promover um crescimento sustentável e inclusivo, adaptado ao século 21”, afirmou.