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quarta-feira, 05/02/2025

Lula critica plano de Trump para EUA assumirem controle de Gaza e classifica conflito como “genocídio”

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Lula Foto: Ricardo Stuckert/PR

Trump disse que os Estados Unidos vão controlar a Faixa de Gaza e criar uma “Riviera do Oriente Médio” depois de reassentar os palestinos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira, 5, a declaração do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a possibilidade de os Estados Unidos assumirem o controle da Faixa de Gaza, afirmando que a proposta do republicano não faz sentido.

Falando em entrevista às rádios Itatiaia, Mundo Melhor e BandNewsFM BH, de Minas Gerais, Lula ainda voltou a classificar o conflito em Gaza como um “genocídio” e defendeu que o enclave deve ficar sob os cuidados dos palestinos.

Trump disse que os Estados Unidos vão controlar a Faixa de Gaza, devastada pela guerra, e criar uma “Riviera do Oriente Médio” depois de reassentar os palestinos em outros lugares, destruindo décadas de política dos EUA sobre o conflito israelense-palestino e provocando a condenação regional.

A proposta chocante de Trump foi rapidamente condenada pela Arábia Saudita, um dos pesos pesados da região, que Trump espera que estabeleça laços com Israel.

Trump, em seu primeiro grande anúncio de política para o Oriente Médio, disse que imagina construir um resort onde as comunidades internacionais possam viver em harmonia. No ano passado, o genro e ex-assessor de Trump, Jared Kushner, descreveu Gaza como uma propriedade “valiosa” à beira-mar.

Reações
A proposta casual provocou uma série de reações diplomáticas no Oriente Médio e em todo o mundo. A China disse que se opõe à transferência forçada de palestinos e a Turquia chamou a medida de “inaceitável”.

“A China sempre acreditou que os palestinos governando a Palestina é o princípio básico da governança pós-conflito”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Lin Jian, acrescentando que Pequim apoia uma solução de dois Estados na região.

Uma autoridade do grupo militante palestino Hamas, que governava a Faixa de Gaza antes de lutar contra Israel em uma guerra brutal na região, afirmou que a declaração de Trump sobre a tomada do enclave é “ridícula e absurda”.

“Quaisquer ideias desse tipo são capazes de inflamar a região”, disse Sami Abu Zuhri à Reuters, afirmando que o Hamas continua comprometido com o acordo de cessar-fogo com Israel e “garantindo o sucesso da negociação na segunda fase”.

Não está claro se Trump levará adiante seu plano controverso ou se está simplesmente assumindo uma posição extrema como estratégia de barganha.

Trump não forneceu detalhes específicos sobre seu plano, revelado em uma entrevista coletiva conjunta na terça-feira com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

“Os EUA assumirão o controle da Faixa de Gaza e faremos um bom trabalho com ela também… vamos desenvolvê-la, criar milhares e milhares de empregos, e será algo de que todo o Oriente Médio poderá se orgulhar”, disse Trump aos repórteres.

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