O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas às operações militares realizadas pelos Estados Unidos no Mar do Caribe, o que pode prejudicar as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. As declarações ocorreram durante a participação de Lula na Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), onde ele alertou sobre a volta do uso da força militar na América Latina.
Segundo a análise de Lourival Sant’Anna, apesar das críticas de Lula estarem baseadas na lei internacional, o momento das declarações não favorece os interesses brasileiros. O Brasil tem buscado negociações com os Estados Unidos para reduzir tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, e as críticas do presidente podem enfraquecer a liderança do país na região.
Críticas às operações militares americanas
Lula questionou os ataques americanos no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico Oriental, que incluem bombardeios a embarcações sem identificação prévia. Segundo Lourival Sant’Anna, o combate ao tráfico de drogas deveria ser feito pela guarda costeira com embarcações menores, para que seja possível abordar e verificar a existência de drogas de forma adequada.
Embora a situação na Venezuela seja delicada, nenhum país tem o direito de ameaçar ou atacar outro sem ter sido atacado antes, conforme a lei internacional. Contudo, a crítica feita neste momento pode mostrar a vulnerabilidade da liderança do Brasil na América Latina, pois o país não tem condições de enfrentar as ações militares americanas.
A participação de Lula na Cúpula da Celac, mesmo abandonando compromissos importantes, também foi criticada, uma vez que o evento contou com pouca presença de líderes internacionais. Essa decisão, junto das críticas, pode ter impactos negativos em futuras negociações com os Estados Unidos.
