O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará de uma reunião virtual com representantes dos países do Brics na próxima segunda-feira (8/9) para tratar das recentes tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, especialmente aquelas direcionadas ao Brasil.
Este encontro acontece após a cúpula de dois dias da Organização para a Cooperação de Xangai (SCO), que reuniu na semana passada líderes como o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente da China, Xi Jinping, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
O que é o Brics?
O Brics foi criado em 2001 pelo economista Jim O’Neill, do Goldman Sachs, destacando Brasil, Rússia, Índia e China como economias emergentes com potencial significativo até 2050.
Inicialmente, o Brics era um conceito para investidores, mas se formalizou em 2006 na Assembleia-Geral da ONU, com reuniões ministeriais e, depois, a cúpula de chefes de Estado a partir de 2009. A entrada da África do Sul em 2010 adicionou o ‘S’ ao grupo.
Os países que compõem atualmente o Brics incluem África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia, unidos apesar das diferenças culturais e regionais, compartilhando grandes territórios, populações numerosas e rápido crescimento industrial.
Desenvolvimentos recentes
Nas últimas semanas, Lula tem buscado fortalecer a posição do Brics frente às tarifas impostas pelos EUA. Dialogou com líderes como Xi Jinping, Vladimir Putin, Emmanuel Macron e Narendra Modi, além de encontros com chefes de Estado de Panamá, Equador e Nigéria em Brasília.
Em julho, na cúpula do Brics no Rio de Janeiro, os 11 países do bloco publicaram declaração conjunta condenando o aumento indiscriminado de tarifas e medidas protecionistas, embora sem citar diretamente os Estados Unidos. Donald Trump respondeu ameaçando impor uma taxa de 10% aos países que apoiassem políticas contrárias aos EUA.
Em 9 de julho, Trump anunciou a aplicação de tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, justificando a medida como resposta a perseguições políticas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Posteriormente, elevou a sobretaxa para 50%, dispensando produtos considerados estratégicos.
Em fóruns internacionais, Lula tem defendido o multilateralismo e a união do Sul Global contra medidas unilaterais. Após o encontro de segunda-feira, espera-se que os líderes do Brics publiquem uma carta conjunta reforçando essa posição.