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terça-feira, 16/12/2025

Lula cobra Macron e Meloni para fechar acordo do Mercosul com UE

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou nesta terça-feira (16/12) que o presidente da França Emmanuel Macron e a primeira-ministra da Itália Giorgia Meloni assumam seu compromisso para garantir a assinatura do tratado comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) marcada para este sábado (20/12) em Foz do Iguaçu (PR).

Lula afirmou: “Espero que meu amigo Macron e a primeira-ministra Meloni tomem a responsabilidade necessária. No sábado, estarei em Foz do Iguaçu para uma reunião da Unasul com a participação da União Europeia. Espero que eles tragam a boa notícia da assinatura do acordo e que não tenham receio de perder competitividade frente ao povo brasileiro”.

O governo do Brasil espera concluir o acordo de livre comércio, que está em negociação há 26 anos, durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, sediada no Paraná. Entretanto, tanto a França quanto a Itália têm apresentado resistência devido à preocupação com o impacto sobre seus setores agrícolas.

Na última semana, a França pediu à UE para adiar os prazos para a assinatura do tratado. A Comissão Europeia necessita da aprovação dos Estados-Membros até sexta-feira (19/12).

Lula destacou que ambos os blocos estão dispostos a fechar o acordo, mas explicou que Macron está preocupado com os agricultores franceses, receosos da competitividade com os produtos brasileiros. “Eles não querem fechar agora porque há muita insatisfação na França”, comentou com leve humor.

“Eu disse a ele que o Brasil não compete diretamente com os produtos franceses, pois são diferentes em qualidade. Estamos concedendo mais do que eles, na verdade”, complementou o presidente.

As declarações foram feitas durante a 10ª Reunião do Conselho de Participação Social, órgão que assessora a Presidência no diálogo com organizações sociais. Também esteve presente o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSol-SP).

Proteção ao setor agrícola

Na mesma data, o Parlamento Europeu aprovou uma série de mecanismos de salvaguarda para proteger o setor agrícola europeu. As medidas aprovadas são mais rigorosas do que as propostas inicialmente pela Comissão Europeia.

O objetivo é permitir que as tarifas preferenciais do Mercosul possam ser suspensas temporariamente caso a UE considere necessário proteger seu setor agropecuário.

Após esta aprovação, os parlamentares devem negociar com o Conselho Europeu, que já havia aprovado uma versão anterior do projeto. As reuniões do Conselho estão marcadas para quinta e sexta-feira desta semana.

Houve expectativas otimistas de que o acordo Mercosul-UE seria aprovado nesta semana. Caso isso ocorra, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajará ao Brasil para participar da Cúpula do Mercosul e formalizará o acordo ao lado do presidente Lula.

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