O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou seu apoio à primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, em relação à defesa da regulação das redes sociais durante encontro com o presidente da China, Xi Jinping. Em entrevista ao programa É da Coisa, da BandNews, nesta terça-feira (12/8), Lula abordou a questão da exploração de conteúdo infantil nas plataformas digitais e informou que o projeto para regulamentar esse setor será avaliado nesta quarta-feira (13/8) antes de ser encaminhado ao Congresso.
“Janja foi injustamente criticada por algumas pessoas e hoje está comprovado que ela tinha razão […] Eu estava presente, com Xi Jinping e sua esposa na frente. Estava discutindo sobre as empresas digitais. Janja me pediu para falar. Como um marido dedicado, autorizei que ela se expressasse diretamente para Xi Jinping. Ela compartilhou sua visão e suas preocupações”, contou Lula. A controvérsia teve origem em maio, quando a primeira-dama teria causado desconforto, segundo membros do governo, ao manifestar-se sobre a regulação durante viagem à China.
Lula defendeu o direito da primeira-dama de se posicionar: “Ela tem conversado com mães que expõem suas filhas em publicidade nas redes, alertando sobre o risco de o algoritmo ser explorado por pedófilos. Por isso, queremos uma regulação adequada.”
Questionado sobre a declaração que mencionava “autorizar” Janja a falar, Lula explicou que usou ironia e relembrou uma acusação de machismo que sofreu ao fazer um comentário sobre a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Em março, o presidente afirmou ter escolhido uma “mulher bonita” para sua articulação política.
“Fui criticado por muitos. Hoje, não se pode mais dizer bonita, feia, nada. Se quiser me chamar de bonito, ficarei honrado”, declarou o presidente. Ele reforçou ainda que comunicou aos Estados Unidos sua intenção de regular as redes sociais no Brasil.
“Deixei claro em resposta ao presidente Trump que toda empresa que desejar operar no Brasil deverá seguir nossas regulamentações, assim como as empresas brasileiras”, afirmou Lula durante a entrevista.