JOÃO GABRIEL
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou nesta terça-feira (23), durante um evento em Nova York (EUA), que o governo investirá US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) no Fundo Florestas para Sempre (TFFF, na sigla em inglês).
Esse investimento tem o objetivo de ser o primeiro aporte no mecanismo, pensado para incentivar outros países a também fazerem contribuições.
O TFFF foi criado pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Fazenda e funciona como um fundo comum, que distribui parte dos lucros aos seus investidores.
Uma parcela dos ganhos é destinada a países com florestas tropicais, mesmo que não invistam diretamente no fundo, desde que cumpram critérios de preservação ambiental.
Esse retorno considera o tamanho da cobertura vegetal, o índice de desmatamento e a degradação ambiental.
De acordo com estimativas iniciais do governo Lula, em um cenário de incêndios controlados e desmatamento zerado, o Brasil poderia receber cerca de R$ 7 bilhões, já que possui a maior área com esse tipo de bioma no mundo, incluindo a Amazônia e a Mata Atlântica.
Para que o fundo funcione, é necessário primeiro criá-lo e, em seguida, reunir até US$ 25 bilhões (R$ 132 bilhões) em compromissos de investimento de países ou entidades filantrópicas, conforme a estrutura definida em parceria pelos Ministérios da Fazenda e Meio Ambiente.
O Brasil espera que, até a COP30 – conferência do clima da ONU em novembro – os compromissos das partes envolvidas se aproximem desse valor, possibilitando o início das operações do fundo.
Essa etapa inicial permitirá mobilizar mais R$ 100 bilhões (US$ 530 bilhões) do mercado financeiro.
Com essa quantia, o fundo seria capaz de garantir retorno de mercado para os investidores, além de US$ 4 (R$ 21) por hectare de floresta tropical preservada globalmente.
Se o Brasil investir no fundo, o país teria direito tanto aos rendimentos dos aportes quanto à parcela referente à conservação de sua vegetação.
O repórter viajou a convite do Instituto Talanoa.