Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, afirmou que os países que compõem o Brics estão enfrentando práticas comerciais injustas e ilegais. Segundo ele, a chantagem tarifária começou a ser usada como um meio comum para ganhar mercados e também para interferir em assuntos internos dos países. Essa declaração foi feita durante a cúpula virtual do Brics.
A reunião aconteceu a portas fechadas, mas a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou o conteúdo do discurso do presidente brasileiro.
Lula não citou diretamente os Estados Unidos ou o então presidente Donald Trump, porém suas críticas à política comercial americana foram evidentes. Ele ressaltou que desde a última cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro, o mundo passou a enfrentar um período de instabilidade crescente.
O presidente destacou que a crise na governança global não é algo passageiro. Ele explicou que os fundamentos da ordem internacional criada após a Segunda Guerra Mundial estão sendo rapidamente desgastados, e que a Organização Mundial do Comércio está parada há anos. Segundo Lula, recentemente, decisões unilaterais têm ignorado princípios básicos do livre-comércio, como o tratamento justo entre nações.
Ele completou afirmando que a chantagem tarifária virou uma prática normal para conquistar mercados e interferir em questões internas dos países. Além disso, comentou que a aplicação de leis com alcance além das fronteiras nacionais, como a Lei Magnitsky imposta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ameaça instituições nacionais.
O encontro terminou por volta das 11 horas. Embora tenha sido fechado, a Presidência da África do Sul divulgou parte da fala do seu presidente, Cyril Ramaphosa. Outros líderes presentes foram: Abdul Fatah Khalil Al-Sisi (Egito), Prabowo Subianto (Indonésia), Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan (Emirados Árabes Unidos) e Taye Atske Selassie (Etiópia).