Em resposta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Luiz Inácio Lula da Silva, líder do Palácio do Planalto, declarou nesta sexta-feira (1º/8) que sempre esteve disposto ao diálogo, porém avisou que responderá à nova tarifa imposta pela administração americana aos produtos brasileiros.
“Sempre mantivemos abertura para dialogar. A direção do Brasil é definida pelos brasileiros e suas instituições. No momento, estamos focados em proteger a economia nacional, as empresas e os trabalhadores, e responder às tarifas adotadas pelo governo dos EUA”, publicou Lula em sua rede social X.
Mais cedo, em coletiva, Trump mencionou que Lula pode contatá-lo a qualquer momento. Ressalte-se que Lula e Trump ainda não tiveram uma conversa direta. Essas declarações surgem em meio a uma tensão diplomática entre os Estados Unidos e o Brasil, causada pelo aumento tarifário imposto por Trump e pela pressão americana relacionada ao pedido de anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente sendo julgado no STF sob suspeita de liderar uma tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Recentemente, o governo americano aplicou um acréscimo de 40% sobre produtos brasileiros, elevando a tarifa total para 50%. Conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), aproximadamente 45% das exportações brasileiras para os EUA serão impactadas.
Apesar do aumento tarifário, as autoridades brasileiras previam um efeito econômico mais severo. A Casa Branca isentou quase 700 produtos considerados estratégicos para os interesses dos EUA.
Por enquanto, uma ligação direta do Palácio do Planalto para Donald Trump não está prevista, já que o vice-presidente Geraldo Alckmin, encarregado das negociações, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mantêm contatos regulares com representantes da administração americana.