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sábado, 30/08/2025

Lula afirma que Brics vai continuar buscando alternativas ao dólar

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, na noite desta quinta-feira (10), que o grupo Brics, que reúne grandes países do Sul Global, continuará buscando formas independentes para fortalecer as relações comerciais. Essas declarações foram feitas em duas entrevistas para canais de televisão, em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos desde a decisão do presidente Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados.

“O Brics é um grupo que representa metade da população mundial e quase 30% do PIB global. Dez países do Brics participam do G20, incluindo o Brasil, onde o presidente Trump também está presente”, destacou o presidente em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.

“Estamos cansados de depender do Norte. Queremos independência em nossas políticas e um comércio mais livre. Estamos vendo avanços importantes. Inclusive discutimos a possibilidade de criar uma moeda própria ou, com as moedas de cada país, fazer comércio sem usar o dólar”, explicou Lula.

Discussão respeitosa

Em outra entrevista ao Jornal da Record, da Record TV, Lula afirmou que as ações de Trump contra o Brasil demonstram a preocupação do presidente norte-americano com o papel crescente do Brics no cenário mundial.

“Não sou obrigado a usar dólar para fazer comércio com países como Venezuela, Bolívia, Chile, Suécia, União Europeia ou China. Podemos negociar usando nossas próprias moedas. Por que deveríamos depender do dólar, que não controlamos? Os EUA são quem emitem o dólar, não nós”, criticou Lula.

O presidente destacou que qualquer divergência deveria ser resolvida por meio de negociação e não com ataques comerciais ou à soberania dos países.

“Se o presidente Trump tem algum problema, o correto seria discutir isso em uma reunião do G20, de forma civilizada. Ele não pode agir como se fosse dono dos outros países”.

Lula também disse que, por enquanto, não pretende entrar em contato com Trump, mas defenderá o setor produtivo brasileiro abrindo novos mercados. Ele criticou o modo desrespeitoso como Trump comunicou as medidas, afirmando que não aceitará esse tipo de comportamento entre chefes de Estado.

Manutenção do IOF

Na entrevista para a Record TV, Lula anunciou que vai continuar defendendo o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo ele, se o governo precisar cortar R$ 10 bilhões em gastos, esses cortes também afetarão emendas parlamentares.

“Os deputados sabem que, se eu precisar cortar R$ 10 bilhões, as emendas deles serão cortadas também. É importante que cheguemos a um acordo. Posso antecipar que vou manter o IOF. Se houver algum item incorreto, será retirado, mas o imposto vai continuar”, declarou o presidente.

Lula explicou que fazer decretos é responsabilidade do presidente e que os parlamentares podem agir se encontrarem erros constitucionais. Recentemente, após derrota do governo no Congresso, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, suspendeu tanto os decretos do Executivo que aumentavam o IOF quanto o decreto do Congresso que os anulava. Para resolver o impasse, foi marcada uma audiência de conciliação entre governo e Congresso para 15 de julho, em Brasília. As informações são da Agência Brasil.

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