O Louvre anunciou na quinta-feira (27/11) que elevará o valor dos ingressos para visitantes não pertencentes ao Espaço Econômico Europeu (EEE) em 45%, a partir de 2026, medida apoiada pelo governo, mas contestada pelos sindicatos do museu.
A partir de 14 de janeiro, turistas de fora do EEE, que compreende a União Europeia, Islândia, Liechtenstein e Noruega, deverão pagar € 32, cerca de R$ 198, para entrar no museu, valor € 10 superior ao atual.
Com esse reajuste, o Louvre projeta arrecadar entre € 15 milhões e € 20 milhões anuais, destinados a sanar desafios estruturais da instituição.
A decisão ocorreu após reunião do Conselho de Administração e foi influenciada pelo incidente de roubo ocorrido em 19 de outubro. Segundo o representante sindical Gary Guillaud, a aprovação era dada como certa entre os 19 membros do conselho, inclusive os quatro ligados ao Estado francês.
A proposta do aumento partiu da ministra da Cultura, Rachida Dati, em janeiro, que ressaltou a necessidade de inovação financeira. A presidente do Louvre, Laurence des Cars, também demonstrou preocupação com as condições do museu.
Rachida Dati declarou que os recursos adicionais financiarão o ambicioso plano de renovação do presidente Emmanuel Macron, cujo custo supera um bilhão de euros, segundo o Tribunal de Contas.
Este órgão destacou em relatório recente que o Louvre necessita de investimentos significativos, que não consegue cobrir devido à falta de priorização.
A investigação administrativa referente ao roubo identificou falhas relevantes na segurança do museu.
Preços e controvérsias
O ingresso geral já havia subido de € 17 para € 22 no início de 2024 para todos os visitantes. Sindicatos do museu criticam o novo aumento por prejudicar o acesso democrático às obras.
O Louvre acolhe quase 9 milhões de visitantes anuais, sendo 80% estrangeiros.
O sindicato CGT manifestou que o aumento é exagerado e contribui para a exclusão, podendo causar sensação de discriminação entre o público internacional.
O Tribunal de Contas sugeriu que o preço elevado seja a tarifa padrão e que residentes europeus provem local de moradia, processo que pode demandar muitas verificações.
Outros pontos turísticos franceses também planejam adaptar sua política de preços conforme anunciado por Rachida Dati, com diferenciação a partir de 2026.
A direção do Palácio de Versalhes avalia aumentar o preço para visitantes não residentes no EEE, uma medida que geraria cerca de € 9,3 milhões, ainda sob aprovação.
Já o Museu d’Orsay não tem planos de alterar seus valores no momento.
