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segunda-feira, 18/08/2025

Lixo retirado depois de desabamento em aterro em Padre Bernardo

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Mais de 13 mil toneladas de lixo resultantes do desabamento do aterro em Padre Bernardo (GO) já foram removidas do córrego Santa Bárbara, o que corresponde a 30% dos resíduos afetados. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad-GO) afirmou que a retirada total do lixo será concluída dentro do prazo estabelecido.

A operação de remoção, iniciada em 21 de julho, ocorre sob responsabilidade da empresa Ouro Verde, conforme previsto no Termo de Ajuste de Conduta (TAC), que determina a conclusão até 15 de setembro — período de chuvas em Goiás, reforçando a necessidade do cumprimento do prazo.

O transporte do lixo é realizado por 13 caminhões que circulam por uma estrada de terra construída especialmente para essa finalidade até o local do desastre. Conforme explicou o major e gerente de emergências ambientais da Semad-GO, Sayro Reis, mais de 1,2 mil viagens já foram feitas, o dobro do número registrado em 8 de agosto.

O lixo recolhido é levado a uma nova área do aterro onde passa por processo de secagem. Esse local tem capacidade para armazenar não só o lixo retirado, mas também os resíduos remanescentes do antigo talude, que ainda apresenta risco de deslizamentos. A transferência é uma medida preventiva importante para evitar futuras tragédias.

No novo talude, o lixo é compactado com o uso de retroescavadeiras e tratores de esteiras para reduzir a geração de metano, gás produzido pelos bolsões de ar existentes no material. Sayro Reis destacou que essa compactação é essencial para diminuir a produção do gás.

Além da compactação, a área de destino é impermeabilizada com lonas na base e equipada com canaletas de drenagem para direcionar o chorume para bacias específicas no aterro, prevenindo a contaminação ambiental.

Funcionamento da operação

Ainda há cinco bacias para depósito do chorume no aterro e uma área reservada para a construção de uma nova bacia, mas não há planejamento final para o tratamento desse líquido contaminado. Segundo Sayro Reis, a médio prazo será necessário levar o chorume para tratamento em local adequado ou instalar uma estação móvel de tratamento, ações que ainda não estão contempladas no TAC, já que o foco atual são as medidas emergenciais para retirada do lixo e prevenção de novos deslizamentos.

Situação do córrego Santa Bárbara

Desde o incidente, a água do córrego Santa Bárbara está proibida para consumo e atividades agrícolas. A Semad-GO implementou uma operação emergencial de transposição da água, o que reduziu os índices de contaminação, porém ainda está longe da normalidade. Sayro Reis alerta que a proibição permanece por prazo indeterminado.

Avaliação e monitoramento

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), representado pelo chefe da área de proteção ambiental Grahal Benatti, ressaltou que a avaliação dos impactos ambientais só poderá ser feita após a conclusão das ações emergenciais, pois ainda existem riscos e resíduos a serem controlados.

Para auxiliar o monitoramento, a Ouro Verde contratou empresa especializada para coleta semanal de amostras de água do córrego, que serão analisadas em laboratório para orientar as ações a curto e longo prazo.

Futuro dos resíduos

A área do lixão está embargada pela justiça e não há previsão para novos licenciamentos, sobretudo por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APA). Inicialmente, havia planos para transferir os resíduos para outro aterro licenciado, porém essa possibilidade não está sendo discutida atualmente devido à logística complexa do transporte.

Uma das alternativas em estudo é o descomissionamento do aterro, que consiste em cobrir todo o lixo com terra e finalizar o local, mas ainda não há decisões definitivas, conforme explicou Sayro Reis. As próximas etapas serão definidas após a conclusão das ações emergenciais.

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