Arthur Lira, ex-presidente da Câmara dos Deputados, expressou insatisfação na noite de quarta-feira (10/12) com colegas de partido por terem votado a favor da suspensão de seis meses do deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ). O político alagoano teria acusado membros do PP de terem agido com traição, afirmando que sob seu comando, Glauber Braga teria sido afastado com uma votação significativa. Existe uma animosidade mútua entre Lira e Braga.
De acordo com informações do Metrópoles, Lira comentou que os parlamentares estavam demonstrando empatia por alguém que não agiria da mesma forma em situações parecidas.
Dois parlamentares do PP, que preferiram manter anonimato, revelaram receio diante da reação de Lira, que mantém forte antipatia por Braga. Em 2024, o deputado do PSol qualificou Arthur Lira como “bandido”, alegando que ele estava envolvido no desvio de verbas públicas.
Desde então, Lira tem condenado publicamente tais declarações, destacando que episódios como esse merecem repúdio imediato. Ele ressaltou que Braga já responde a outro processo no Conselho de Ética, por ter agredido uma pessoa dentro da Câmara dos Deputados.
Reviravolta no processo
Na noite de quarta-feira, houve uma mudança inesperada. Os deputados planejavam confirmar o parecer do Conselho de Ética, aprovado em abril, que orientava pela cassação do mandato do parlamentar e sua inelegibilidade por oito anos.
Entretanto, o PSol apresentou uma proposta substituindo a cassação por uma suspensão de seis meses. Com o apoio do governo e de partidos do Centrão, essa alteração foi aprovada por 318 votos. Após essa decisão, Glauber Braga celebrou com seus aliados no plenário da Câmara.
Glauber Braga havia sido acusado de violar o decoro parlamentar após expulsar, com chutes, o militante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro em abril de 2024. O deputado do PSol justificou a ação alegando que Costenaro teria ofendido sua mãe, Saudade Braga, já falecida e ex-prefeita de Nova Friburgo (RJ).

