Lindbergh Faria, líder do PT na Câmara dos Deputados, minimizou nesta quarta-feira (10/9) a possibilidade de intervenção militar dos Estados Unidos no Brasil, em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a ameaça é apenas uma “bravata” e parte de uma estratégia da família do ex-presidente.
Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Lindbergh afirmou: “Essa bravata da família Bolsonaro não intimida o Brasil, nem as nossas instituições. Devemos continuar com o julgamento, sem concessões”.
O deputado explicou que a suposta intervenção militar dos EUA estaria sendo articulada pelo deputado Eduardo Bolsonaro, filho de Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos desde o começo deste ano, quando passou a ser investigado pela Justiça brasileira.
Na terça-feira (9/9), após o reinício do julgamento de Bolsonaro e seus aliados no caso da tentativa golpista, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ao ser questionada sobre possíveis retaliações dos EUA contra o Brasil, afirmou que os EUA poderiam recorrer ao uso de forças militares para proteger a liberdade de expressão.
“A liberdade de expressão é uma das questões mais importantes dos nossos tempos, garantida em nossa Constituição. O presidente Trump acredita firmemente nisso. Não tenho novas ações contra o Brasil para anunciar hoje, mas isso é uma prioridade para nossa administração, e o presidente não teme usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos para defender a liberdade de expressão globalmente”.
Essa declaração foi interpretada como uma ameaça ao governo brasileiro. Em resposta, o Itamaraty condenou o tom e o conteúdo das declarações, afirmando que o governo brasileiro repudia o uso de sanções econômicas ou ameaças de força contra a democracia do país. Ressaltou que a melhor maneira de proteger a liberdade de expressão é através da defesa da democracia e do respeito à vontade popular expressa nas urnas. Os três poderes da República não se deixarão intimidar por qualquer tentativa de violação da soberania nacional. O governo também rechaça tentativas de forças antidemocráticas que busquem utilizar governos estrangeiros para pressionar as instituições nacionais.