24.5 C
Brasília
quarta-feira, 18/06/2025




Limitação do trabalho remoto para servidores públicos na reforma administrativa, diz relator

Brasília
céu pouco nublado
24.5 ° C
25 °
24.5 °
44 %
3.6kmh
20 %
qua
23 °
qui
25 °
sex
26 °
sáb
28 °
dom
29 °

Em Brasília

LUANY GALDEANO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Parlamentares envolvidos na discussão da reforma administrativa desejam estabelecer limites para o teletrabalho no serviço público, informou à reportagem o coordenador do grupo de trabalho (GT) sobre o tema, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ). O relatório final do GT deve definir em quais situações o trabalho remoto será permitido, buscando evitar a aplicação indiscriminada dessa modalidade.

O deputado acredita que o uso exagerado do trabalho remoto representa um aspecto negativo da modernização tecnológica no serviço público. Ele defende regras mais rigorosas para órgãos que fazem uso excessivo dessa prática, embora reconheça a necessidade de flexibilidade em casos particulares, como o de servidoras que são mães.

Este tema tem forte apoio entre os membros do GT, ressaltou o relator. “O teletrabalho tem afastado os servidores do atendimento ao público. Não faz sentido que um órgão público opere totalmente em regime remoto”, declarou.

Outra pauta do grupo de trabalho é a avaliação de desempenho organizacional, que estará vinculada às metas estabelecidas para cada órgão. Segundo essa proposta, equipes que alcançarem resultados específicos, como a melhoria no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de uma escola, receberiam bonificações salariais.

“Muitos sindicatos desejam que a avaliação de desempenho continue baseada na relação de afinidade entre chefe e subordinado para legitimar aumentos salariais”, criticou o deputado. “Eu defendo que essas avaliações sejam feitas para as equipes, com critérios ligados às metas planejadas.”

A proposta prevê que servidores com desempenho consistente e positivo recebam um bônus, sujeito à tributação, que poderá ultrapassar o teto constitucional de R$ 46.366,19.

Segundo Pedro Paulo, a avaliação por desempenho coletivo tem mais eficácia, mas a performance individual deve ser avaliada para servidores que ocupam cargos estratégicos e de liderança. O grupo ainda não discute a demissão de servidores com baixo desempenho.

O GT também debate a contratação temporária de servidores, tema que enfrenta pouca resistência entre os parlamentares, apesar da oposição dos sindicatos.

Essa contratação temporária visa atender demandas sazonais, como o aumento no atendimento em redes públicas de saúde, e buscaria evitar a precarização desse tipo de vínculo. O regime seria aplicado somente a cargos não típicos de Estado.

Atualmente, apesar do uso amplo de servidores temporários, não existe regulamentação nacional específica para esse tipo de contrato, o que deixa alguns trabalhadores sem direitos básicos, como 13º salário e licença-maternidade.

“Não pretendo incluir na reforma administrativa a contratação temporária para cargos como auditor fiscal”, esclareceu Pedro Paulo. “No entanto, para situações pontuais, como reforçar a qualidade da educação em determinada localidade, não vejo problema em admitir contratações temporárias.”

O deputado destacou que a discussão sobre restrição de supersalários será uma das mais delicadas na reforma, devido à pressão de categorias beneficiadas, como juízes e membros do Ministério Público.

Para o relator do GT, limitar os supersalários pode gerar economia, embora menor em comparação a medidas como desvincular benefícios previdenciários do salário mínimo.

“Acredito que a reforma deve incluir normas para controlar supersalários e penduricalhos. O montante economizado é relevante, mas insuficiente para tirar o Estado do déficit fiscal.”

Sobre a possibilidade de incluir ajuste fiscal na reforma, o parlamentar afirmou que depende de negociação. “Fui contratado pelo presidente Hugo Motta. Se houver demanda para abordar ajuste fiscal, estarei aberto a tratar do assunto”, concluiu.




Veja Também