A nota também manifesta preocupação com “o anúncio da Rússia de que está pronta para conduzir um teste nuclear”
Os líderes do Grupo dos Sete (G7) prometem “definhar a máquina de guerra da Rússia” em um comunicado divulgado nesta sexta-feira, 19. A intenção da cúpula é restringir o acesso de Moscou à toda a tecnologia do G7, a equipamentos industriais e a serviços que suportam a máquina de guerra russa. O grupo também anunciou que deve sancionar grupos acusados de transportar material de guerra para Moscou.
O G7 já havia concordado anteriormente em adicionar mais sanções econômicas contra a Rússia, além de renovar o compromisso de fornecer “suporte financeiro, humanitário, militar e diplomático” para a Ucrânia. A cúpula acrescentou que conseguiu “reduzir drasticamente” a sua dependência no setor de energia e commodities de Moscou.
“Estamos determinados a continuar neste caminho”, afirmaram os líderes em comunicado. “Reduziremos ainda mais a dependência de bens nucleares civis e relacionados da Rússia, inclusive trabalhando para ajudar os países que buscam diversificar seus suprimentos”, afirmou.
EUA
Segundo informações da Associated Press, um funcionário dos Estados Unidos afirmou sob condição de anonimato que Washington deve sancionar cerca de 70 entidades russas e de outros países que estariam envolvidos na produção de defesa da Rússia. O funcionário acrescentou que as outras nações do G7 tomariam medidas semelhantes para isolar ainda mais a Rússia e minar sua capacidade de travar uma guerra na Ucrânia.
Sanções contra diamantes russos
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que a União Europeia deve costurar um plano para restringir o comércio de diamantes russos. A indústria de diamantes da Rússia, que tem o comércio avaliado entre 4 e 5 bilhões de dólares por ano (19,8 e 24,8 bilhões de reais) e representa uma importante fonte de receita para o Kremlin.
O Reino Unido também anunciou novas sanções que congelam os bens de 86 pessoas e organizações ligadas aos setores de energia, metais, defesa, transporte e financeiro da Rússia.
“Precisamos dar à Ucrânia as ferramentas agora para se defender com sucesso e recuperar a soberania total e a integridade territorial. Devemos fornecer à Ucrânia o apoio militar e financeiro necessário. E temos que fazer isso pelo tempo que for necessário”, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Zelenski
O secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, confirmou em rede nacional que o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, participará da cúpula.
“Temos certeza de que nosso presidente estará onde a Ucrânia precisa dele, em qualquer parte do mundo, para resolver a questão da estabilidade de nosso país”, disse Danilov nesta sexta-feira. “Muitos assuntos importantes serão decididos lá, então a presença física é uma crucial para defender nossos interesses.” O presidente ucraniano está na Arábia Saudita para participar de uma cúpula de líderes árabes.
Ameaças de uso de armas nucleares por parte da Rússia são inadmissíveis, dizem líderes do G7
Os líderes do G7 afirmam em comunicado que ameaças de uso de armas nucleares pela Rússia no contexto da agressão contra a Ucrânia são inadmissíveis. “A retórica nuclear irresponsável da Rússia, o enfraquecimento dos regimes de controle de armas e a intenção declarada de implantar armas nucleares na Bielo-Rússia são perigosos e inaceitáveis”, afirmaram os líderes do Grupo dos Sete, que participam de reunião de cúpula em Hiroshima, no Japão.
O comunicado expressa a “profunda preocupação” do grupo com “as tentativas da Rússia de controlar as instalações nucleares da Ucrânia, que representam sério risco à segurança nuclear”. Os políticos afirmam que a Ucrânia tem o direito, sob o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (NPT, na sigla em inglês), de fazer o uso pacífico de energia nuclear. O NPT foi assinado em 1968 e entrou em vigor em 1970.
A nota também manifesta preocupação com “o anúncio da Rússia de que está pronta para conduzir um teste nuclear”.
O G7 ainda “lamenta profundamente a decisão da Rússia de minar o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (New START Treaty)” – acordo assinado entre EUA e Moscou em 2010 para redução de armas nucleares. “Instamos a Rússia a permitir o retorno à plena implementação do Tratado”, afirma.