O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na manhã desta segunda-feira (8) de uma reunião virtual com os líderes dos países que fazem parte do Brics.
O encontro foi organizado pelo Brasil, que atualmente preside o bloco de países emergentes. O principal objetivo foi alinhar estratégias focadas no multilateralismo diante da nova política dos Estados Unidos, que tem aumentado tarifas contra parceiros comerciais.
Entre os temas debatidos estavam o fortalecimento de acordos comerciais, o uso das moedas nacionais e outras formas alternativas de comércio. Também foram discutidas as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, além da necessidade de reformas nas instituições que governam as relações internacionais.
Lula aproveitou para convidar os líderes a participarem da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá em Belém em novembro deste ano.
As tarifas elevadas impostas pelo governo dos Estados Unidos, sobretudo durante a administração de Donald Trump, têm o objetivo de combater a perda de competitividade da economia norte-americana frente à China nas últimas décadas.
Especialistas ouvidos pela Agência Brasil consideram que essa política tarifária representa também uma pressão política contra o Brics, pois os Estados Unidos veem o grupo como uma ameaça à sua liderança global, principalmente por causa da proposta do bloco de usar outras moedas além do dólar para as trocas comerciais.
Essa reunião extraordinária aconteceu apenas dois meses após a última Cúpula do Brics realizada no Rio de Janeiro, ocasião em que Trump voltou a ameaçar países alinhados com o bloco.
O Brics é formado por Brasil, Rússia, Índia, China — os países fundadores — e África do Sul, que entrou logo após a criação. Também são membros Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
A reunião foi fechada ao público, e o governo deve divulgar uma nota oficial com os principais pontos discutidos. Na fala de Lula, destacou-se a defesa da soberania nacional e a importância de ampliar e diversificar o comércio entre os países do Sul Global.
Informações fornecidas pela Agência Brasil.