O líder supremo da República Islâmica do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta sexta-feira (13) que irá responder aos ataques israelenses que resultaram na morte de altos oficiais militares e cientistas iranianos, além de causarem danos a instalações nucleares e unidades de fabricação de mísseis.
“O regime sionista cometeu um ato criminoso em nosso amado país nesta madrugada, usando mãos manchadas de sangue e com intenções malignas. Ao atingir áreas residenciais, revelou sua natureza perversa ainda mais claramente. O regime sionista deve preparar-se para uma retaliação dura”, afirmou Khamenei.
Israel alegou que já foi alvo de represálias por parte do Irã via drones, mas as autoridades iranianas negam, afirmando que uma resposta oficial e decisiva está por vir. Khamenei assegurou que “as Forças Armadas do país não permitirão que Israel fique impune”.
“Nos ataques agressivos, vários comandantes e cientistas perderam suas vidas. Se Deus permitir, seus sucessores e colaboradores continuarão suas missões rapidamente. Com este erro, o regime sionista terá um destino severo e doloroso, que irá experimentar”, concluiu o Aiatolá.
Ali Khamenei lidera a república islâmica desde 1989, um sistema que combina elementos teocráticos com instituições republicanas, realizando eleições periódicas e contando com um conselho religioso.
Entre os militares de alta patente mortos nos ataques estão o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami; o comandante do Quartel-General Central de Khatam al-Anbiya, tenente-general Gholamali Rashid; e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Mohammad Hossein Bagheri, já substituídos por novos oficiais.
As Forças Armadas iranianas afirmaram que não existem limites para a resposta à agressão israelense. “O Estado-Maior ressaltou que vingar os mártires dessa agressão é uma missão prioritária que será cumprida sem descanso”, informou a agência oficial Fars News.
Contexto:
Israel lançou ataques contra o Irã alegando que Teerã está desenvolvendo armas nucleares que poderiam ser utilizadas contra Tel Aviv. O Irã nega, afirmando que sua tecnologia atômica tem fins exclusivamente pacíficos, como a geração de energia.
O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), embora a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tenha acusado o país de descumprir algumas obrigações. Por outro lado, Israel é um dos poucos países que não aderiram a esse tratado.
Os Estados Unidos vinham exercendo pressão sobre o Irã para limitar seu programa nuclear. O então presidente Donald Trump aprovou os ataques israelenses em Teerã e pediu que o país aceitasse negociações para resolver a questão nuclear.