Ranier Bragon
Brasília, DF (Folhapress) – O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), declarou nesta quarta-feira (25) que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), agiu de forma imatura ao surpreender ao colocar em votação o projeto que anula o novo decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) lançado pelo governo no começo do mês.
Lindbergh também apontou que grupos estão tentando enfraquecer o governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT) para antecipar as eleições de 2026.
“Foi um grande erro pautar isso. Colocar o Coronel Chrisóstomo [PL-RO] como relator soa como uma provocação imatura em um assunto tão relevante. Estou sendo firme porque não há outra saída”, ressaltou Lindbergh.
A pauta divulgada por Motta no X na noite de terça-feira (24) levantou surpresa no plenário. Em 16 de junho, o plenário já havia aprovado pedido de urgência para o projeto, causando uma derrota ao governo.
Naquela votação, partidos que controlam 12 ministérios, incluindo centro-direita União Brasil, PP, Republicanos, PSD, MDB e até o centro-esquerda PDT, somados ao PL opositor, votaram contra o governo (346 votos). Apoiando o governo (97 votos) ficaram apenas PT, PSB e PSOL.
Pela manhã, a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) reuniu líderes da base governista no Palácio do Planalto para tratar do tema.
Logo após, em Brasília, Lindbergh declarou: “É imprudente de Hugo Motta pautar um tema tão importante sem representantes em Brasília, aproveitando as festividades de São João. Fomos surpreendidos por um tweet às 23h35. A votação deveria ser prevista.”
O deputado ressaltou que anular o decreto resultará em bloqueio imediato de R$ 12 bilhões.
Também estão previstas votações para duas medidas provisórias: uma que autoriza uso de até R$ 15 bilhões do Fundo Social para habitação popular e viabiliza leilão de excedente de óleo e gás com potencial de arrecadar até R$ 20 bilhões; e outra que libera contratação de crédito consignado para trabalhadores do setor privado.
Lindbergh comentou: “Há setores tentando atrapalhar o governo do presidente Lula porque os cortes necessários serão grandes em programas essenciais.”