Durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), declarou que a tentativa da oposição de colocar em pauta o Projeto de Lei da Anistia neste momento configura uma espécie de ‘golpe no parlamento’.
“É totalmente inadequado que o Congresso considere votar uma anistia durante os processos de julgamento… Isso caracteriza uma interferência indevida, seria uma espécie de golpe parlamentar”, afirmou o deputado ao deixar o STF.
Lindbergh tem acompanhado o julgamento do núcleo 1 da trama golpista no STF.
Ele comentou ainda: “Temos uma movimentação que, na minha avaliação, é claramente ilegal e inconstitucional. Por que inconstitucional? Porque já há manifestação dos ministros do Supremo no caso do deputado Daniel Silveira. Existem votos firmes, como o do ministro Fux, que afirma que crimes contra o Estado Democrático e o Direito não podem ser anistiados”.
Andamento do Julgamento
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal retomou às 9h18 desta quarta-feira (3/9) o julgamento da ação penal que investiga uma suposta trama golpista atribuída a Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus do núcleo principal, referente à Ação Penal nº 2.668. A sessão ocorre das 9h às 12h.
Neste segundo dia da fase final do julgamento, teve destaque a sustentação oral feita pela defesa do ex-presidente, iniciada logo após a fala do advogado do general Augusto Heleno, Matheus Milanez.
O advogado Celso Villardi iniciou a defesa de Bolsonaro por volta das 10h15, ressaltando que “não existem provas que liguem Bolsonaro aos eventos do 8 de janeiro”. Ele também contestou a delação de Mauro Cid e criticou o curto prazo para análise das provas apresentadas. “Mauro Cid foi desmentido várias vezes, ele não é uma fonte confiável”, completou o defensor.