Líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou nesta terça-feira (2/9) que a pauta da anistia não será colocada em discussão durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o petista, apesar da pressão, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), optou por não inserir o tema para votação.
“A questão da anistia está fora de pauta. Esta semana teremos uma agenda focada em projetos voltados ao combate à fome. Mesmo com a pressão, não haverá votação da anistia hoje. Com o julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal, uma votação neste momento seria uma interferência inadequada”, declarou Lindbergh, ao deixar a Primeira Turma do STF.
Ao mesmo tempo, Lindbergh admitiu que existe uma movimentação política liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visando pautar o projeto após o término do julgamento, previsto para 12 de setembro. Ele comentou que o ex-ministro de Bolsonaro busca se posicionar como uma alternativa presidencial para o bolsonarismo.
Conforme noticiado pelo Metrópoles, Hugo Motta e Tarcísio discutiram sobre o projeto que interessa a Bolsonaro. Todavia, Motta indicou que um texto que favoreça o ex-presidente provavelmente não será aprovado na Câmara.
Além desse diálogo, lideranças dos partidos PL, PP e União Brasil também trataram do tema num esforço para avançar na tramitação. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, revelou ao jornalista Igor Gadelha que a reunião tinha como foco “garantir condições para que Hugo protocole a pauta” da anistia.
Lindbergh reiterou que conceder anistia seria contrário à Constituição e que a base governista irá se posicionar contra qualquer perdão judicial destinado aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro, ressaltando que “o cenário político ainda terá muitas disputas”.