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quinta-feira, 26/06/2025




Líder do Irã afirma que Trump exagerou impacto dos ataques americanos

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O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, declarou nesta quinta-feira (26) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, superestimou os efeitos dos ataques norte-americanos a instalações nucleares iranianas. Esta foi sua primeira manifestação pública após a instauração de um cessar-fogo entre Irã e Israel na terça-feira.

Segundo Khamenei, os bombardeios realizados pelos EUA, em apoio a Israel, não trouxeram ganhos significativos para os americanos, sendo considerados uma derrota para eles. O aiatolá celebrou a vitória do Irã e afirmou que o país deu um duro golpe nos Estados Unidos, além de ressaltar que Israel teve seu funcionamento quase comprometido pelos ataques iranianos.

Os Estados Unidos participaram diretamente do conflito iniciado por Israel em 13 de junho, tendo atacado três importantes centros do programa nuclear de Teerã: Fordo, Natanz e Isfahan. Israel justificou as ações alegando preocupações com o possível desenvolvimento de uma bomba atômica pela República Islâmica.

Com o cessar-fogo de apenas três dias após 12 dias de conflito e a perspectiva de retomada das negociações sobre o programa nuclear, a eficácia desses ataques é questionada. Khamenei reforçou que Trump minimizou a importância dos bombardeios, que segundo ele não foram decisivos.

Contrariando essa visão, Trump afirmou que as instalações iranianas foram completamente destruídas e que o Irã não conseguiu proteger seus materiais antes dos ataques. No entanto, especialistas acreditam que parte do urânio altamente enriquecido possa ter sido removida e escondida dentro do território iraniano.

Um documento governamental americano, vazado para a CNN, indica que o programa nuclear iraniano sofreu atrasos de meses, não de anos, como alegado por Trump. A Casa Branca reconheceu a autenticidade do documento, porém o considerou incorreto.

Pete Hegseth, chefe do Pentágono, defendeu o sucesso dos ataques e criticou a imprensa pela cobertura negativa. Ele destacou que o presidente criou condições para encerrar a guerra ao destruir as capacidades nucleares iranianas.

Em resposta, o Irã retaliou com disparos de mísseis contra Israel e uma base americana no Catar antes do cessar-fogo entrar em vigor. Khamenei acredita que Trump tenta minimizar o impacto desses ataques iranianos.

As negociações entre EUA e Irã sobre o programa nuclear foram interrompidas pela ofensiva israelense, mas há sinalizações de que possam ser retomadas em breve. O Irã defende o uso pacífico de sua energia nuclear e nega a intenção de fabricar armas atômicas.

Israel havia realizado diversos ataques e eliminado cientistas do programa nuclear iraniano antes da escalada recente. O exército israelense qualificou a ofensiva como um golpe duro ao programa, embora ainda avalie seus resultados.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ressaltou dificuldades para avaliar os danos e solicitou acesso às instalações iranianas. O diretor-geral da agência, Rafael Grossi, afirmou que perderam visibilidade sobre os estoques de urânio enriquecido devido ao conflito.

O Conselho de Guardiões do Irã aprovou uma lei que suspende a cooperação com a AIEA, o que foi criticado pela Alemanha e França, que pedem diálogo e continuidade da colaboração.

Apesar das tensões e ameaças, o Irã continua seu enriquecimento de urânio, próximo do nível para uso em armas, segundo fontes oficiais. O conflito causou centenas de mortes e milhares de feridos dos dois lados.




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