O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), terá um encontro na próxima segunda-feira (15/9) com os principais representantes da federação União Progressista. O objetivo do senador é obter apoio para um projeto de anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Marinho se reunirá com os presidentes do PP, o senador Ciro Nogueira (PI), e do União Brasil, o advogado Antônio Rueda. Essas duas siglas juntas detêm 14 cadeiras, formando a maior bancada do Senado.
A oposição acredita que a maior resistência à proposta de anistia está concentrada no Senado. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), já sinalizou que não colocará em pauta um projeto “amplo, geral e irrestrito” para evitar um conflito com o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na Câmara, a situação aparenta ser menos complicada para a oposição. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), apesar de ser resistente à anistia, indicou que pode pautar a proposta devido ao apoio de uma parte do Centrão.
A anistia é vista como uma possibilidade para que Bolsonaro evite a prisão após ter sido condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses, por liderar uma tentativa golpista após a derrota eleitoral de 2022. Outros seis aliados receberam sentenças entre 16 e 26 anos, com exceção do delator Mauro Cid, que foi condenado a dois anos em regime aberto. A Primeira Turma do STF ainda aplicou uma inelegibilidade de oito anos aos condenados.
Diante disso, a anistia surge como a única esperança para que Bolsonaro não seja preso, enquanto a Corte avalia os últimos recursos da defesa do ex-presidente. A discussão será feita no colégio de líderes da Câmara na terça-feira (16/9), e os bolsonaristas acreditam que a proposta tenha mais chances de avançar se a resistência no Senado diminuir.
Após a condenação, Marinho declarou ao Metrópoles: “É um jogo combinado. Alguém esperava um resultado diferente? A solução está no Congresso Nacional agora. Chegou a hora da anistia e vamos lutar por ela”.