Durante sua participação virtual no evento Ponto de Mudança, organizado pelo Metrópoles, Ana Toni, CEO da COP30, afirmou que a próxima conferência climática da ONU, agendada para 2025 em Belém (PA), representa uma chance única para o Brasil fortalecer sua posição de liderança global nas questões ambientais.
Em seu pronunciamento, Ana Toni ressaltou a importância do país demonstrar internacionalmente sua competência para apresentar soluções reais diante dos desafios ambientais, sociais e econômicos trazidos pela transição para um modelo ecológico sustentável.
“Qual é o elemento essencial para atingirmos a igualdade no Brasil?”, questionou Ana Toni. Segundo ela, existem diversos motivos e caminhos para isso, mas todos envolvem reconhecer o papel do Brasil em um mundo que enfrenta crescentes divisões — sejam elas motivadas por conflitos militares, disputas comerciais ou divergências ideológicas.
“Nesse cenário, o Brasil é um país unificador. Nossa diplomacia sempre teve uma longa tradição de diálogo, especialmente em temas relacionados ao clima”, enfatizou a executiva.
De acordo com a CEO da COP30, participar de uma conferência desse porte não é apenas uma obrigação formal, mas sim uma oportunidade para reposicionar o Brasil no cenário global.
“Participar da COP que se aproxima não é apenas uma responsabilidade oficial — é uma oportunidade extraordinária. É muito gratificante ver o Brasil retomando essa liderança internacional”, declarou.
Ana Toni também destacou a importância da rica diversidade brasileira como uma vantagem estratégica.
“O Brasil tem florestas, oceanos, áreas urbanas densas e uma biodiversidade exuberante. Essa complexidade também está presente no nosso povo, que é um verdadeiro caldeirão cultural e ambiental representando o mundo”, afirmou.
COP30 na Amazônia
A COP30, que acontecerá em 2025 em Belém (PA), será a primeira conferência da ONU sobre mudanças climáticas realizada na região amazônica.
Esse evento constitui uma ocasião imperdível para o Brasil apresentar ao mundo alternativas fundamentadas na realidade dos povos da floresta e consolidar sua influência na agenda ambiental mundial.
Realizar a COP30 em Belém é uma maneira de evidenciar tanto os desafios quanto as oportunidades para uma transição ecológica justa, conforme destacado por Ana Toni.
Um dos tópicos-chave da conferência será o financiamento para ações climáticas.
“As discussões, que antes envolviam valores modestos, hoje mobilizam bancos centrais, instituições financeiras e fundos de investimento. Na COP brasileira, essa dinâmica será mantida”, garantiu a CEO.
Para Ana Toni, o Brasil tem a chance de conduzir a pauta das finanças para a natureza — abordando desde a preservação das florestas até o reconhecimento e valorização de agricultores e comunidades tradicionais.