Adriana Rodrigues, mãe do garoto Desmond Samuel, de 9 anos, relata que se a criança não tivesse recebido atendimento rápido no Hospital de Base, não teria sobrevivido. Desmond passou dois meses internado após enfrentar graves infecções respiratórias. Esse atendimento ágil foi possível devido ao aumento de 73% na quantidade de leitos de UTI no Distrito Federal, que saltou de 386 em 2019 para 668 em agosto de 2025.
Esse crescimento foi possível graças aos investimentos do Governo do Distrito Federal (GDF), que incluiu a ampliação das unidades públicas já existentes e parcerias com hospitais particulares. Atualmente, existem 233 leitos de UTI credenciados em hospitais privados, além dos 433 leitos na rede pública. Com o novo edital da Secretaria de Saúde, esse número pode crescer ainda mais, chegando a um aumento de 102% com a contratação de até 113 leitos adicionais na rede privada, incluindo leitos para adultos, crianças e recém-nascidos. O objetivo é atender a demanda da população e eliminar a fila de espera para esse tipo de tratamento.
O governador Ibaneis Rocha destacou que essa é uma política pública essencial para garantir atendimento de qualidade. Ele ressaltou que, apesar dos desafios na saúde pública, o Distrito Federal tem avançado com reformas, ampliações e construções de novas unidades, além da parceria com hospitais privados para complementar os serviços. Isso resultou na expansão da oferta de leitos de UTI, acelerando também cirurgias eletivas e tratamentos para pacientes com câncer.
Juracy Lacerda, secretário de Saúde do DF, enfatizou que ampliar o acesso a leitos de terapia intensiva é fundamental para atender a crescente demanda. A expansão é feita tanto dentro da rede pública quanto por meio de contratos com hospitais privados.
A gerente de Serviços de Terapia Intensiva da Secretaria de Saúde, Priscila Domingues, afirmou que o credenciamento na rede particular é uma solução rápida e eficaz, visto que as unidades hospitalares públicas já operam com alta demanda. Esse modelo de pagamento por uso garante mais eficiência nos recursos públicos.
Apoio e superação
Há muitos casos na rede pública que mostram a importância desse investimento. O monitor Sérgio Willian Vieira, 32 anos, viveu uma história parecida. Diagnosticado com meningite, ele foi primeiro internado no Hospital de Samambaia e depois transferido para o Hospital de Base, onde havia um leito de UTI disponível para ele.
Sérgio conta que passou dez meses entre a UTI e o coma, e que o cuidado dos médicos, sempre com empatia e esperança, fez toda a diferença no processo de recuperação. Sua mãe, Regiane Vieira, destaca que o atendimento no SUS foi muito melhor do que o que receberam no hospital particular.
Adriana também valoriza o acolhimento da equipe multidisciplinar, que cuidou não apenas de Desmond, mas de toda a família, o que foi fundamental para a recuperação do filho.
Expansão contínua
A rede pública dispõe atualmente de 192 leitos próprios e 146 leitos administrados pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IgesDF), distribuídos no Hospital Universitário de Brasília e no Hospital da Criança. A meta é continuar expandindo essa capacidade tanto por meio de novos contratos quanto pela construção de novas unidades hospitalares.
Apesar do crescimento, a fila de espera por leitos de UTI ainda existe. Priscila Domingues explica que o envelhecimento da população aumenta a demanda e que estão sendo estudadas estratégias para otimizar o uso dos leitos, incluindo cuidados paliativos e assistência domiciliar, que ajudam a liberar vagas mais rapidamente.
*Informações da Agência Brasília