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segunda-feira, 17/11/2025




Leilão de itens do Holocausto é cancelado após protestos na Alemanha

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Uma casa de leilões na Alemanha suspendeu neste domingo (16/11) a realização de um leilão com objetos pertencentes a vítimas do Holocausto, que estava previsto para ocorrer na segunda-feira (17) em Neuss, próximo a Düsseldorf, no oeste do país. A decisão foi tomada depois de críticas por parte de uma organização representante dos sobreviventes do Holocausto, além de autoridades alemãs e polonesas.

Christoph Heubner, vice-presidente executivo do Comitê Internacional de Auschwitz (IAK), qualificou o leilão como “cínico e vergonhoso”. Em comunicado, Heubner destacou que a história dos sobreviventes está sendo usada para fins comerciais.

De acordo com ele, documentos relacionados à perseguição e ao Holocausto pertencem às famílias das vítimas e deveriam ser preservados em museus ou exibições em memoriais, e não se transformados em mercadorias.

O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, afirmou que discutiu o tema com o chanceler alemão Johann Wadephul e ambos concordaram que esse tipo de situação deve ser evitada. Sikorski enfatizou que documentos e itens relacionados ao Holocausto não devem entrar no mercado comercial e que a Polônia solicita que esses documentos sejam repassados ao Memorial de Auschwitz.

A casa de leilões Felzmann anunciou o cancelamento do evento. O embaixador alemão na Polônia, Miguel Berger, expressou seu alívio nas redes sociais, destacando que negociar pertences pessoais de vítimas nazistas é inaceitável. A embaixada da Polônia na Alemanha também agradeceu a todos que contribuíram para a suspensão do leilão, e o embaixador polonês na Alemanha, Jan Tombinski, entrou em contato com autoridades locais para tratar do assunto.

O leilão incluía documentos nazistas datados entre 1933 e 1945, como registros sobre esterilizações forçadas no campo de concentração de Dachau, certificados de empresas tomadas à força pelos nazistas, além de documentos de identificação e passaportes de judeus que conseguiram escapar da perseguição, indo para países como Chile e Argentina.

Também estavam previstos para venda documentos que salvaram vidas, como formulários de liberação de prisioneiros do campo de concentração de Mauthausen, além de cadernos de anotações pessoais de um judeu polonês anônimo que sobreviveu à guerra. Itens controversos, como Estrelas de Davi usadas em campos de concentração e braçadeiras com esse símbolo, além de materiais de propaganda nazista, também faziam parte do catálogo.

A suspensão do leilão representa uma vitória importante para aqueles que defendem o respeito à memória das vítimas do Holocausto e a preservação de sua história de forma digna e respeitosa.




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