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segunda-feira, 25/11/2024
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Lava Jato não foi e não será barrada por ninguém, diz Polícia Federal

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Igor Romário de Paula, chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado de Curitiba(Ivan Pacheco/VEJA)

Delegados da Polícia Federal que atuam na Operação Lava Jato reagiram nesta segunda-feira aos indicativos de que o ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB), estaria em busca de um “pacto” para paralisar as investigações e afirmaram que a apuração sobre o propinoduto bilionário instalado na Petrobras continuará independentemente da vontade de agentes políticos e da recente ascensão de Michel Temer ao poder.

Reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira revelou conversa gravada entre Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Nela, Jucá sugere que uma possível mudança no governo federal resultaria em um pacto para “estancar a sangria” feita pela Operação Lava Jato, que investiga ambos. As conversas aconteceram em março, semanas antes da votação pelo impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, e foram gravadas de forma oculta.

“É preciso tomar cuidado para que a Operação Lava Jato não seja envolvida em um jogo político que não faz parte da atividade policial. Se houver indícios [de tentativa de paralisar as investigações], vão ser apurados no foro adequado. Vamos ter que aguardar para ver se é necessário [tomar] alguma medida aqui [no Paraná, onde tramitam processos de investigados sem foro]. Mas está mais do que claro que a Lava Jato não foi e não será barrada por qualquer pessoa no país”, disse o delegado Igor Romário de Paula, um dos coordenadores da Lava Jato.

“Diante do eventual receio de que a gente possa ser prejudicado com eventual intenção do ministro do Planejamento, o que a gente tem notado é que a Lava Jato atingiu um patamar republicano no Brasil e que a Polícia Federal, ao lado do Ministério Público Federal e da Receita Federal, não sofre influências políticas”, completou o delegado Luciano Flores, responsável pela 29ª fase da Lava Jato, deflagrada na manhã de hoje. “Não bastam intenções ou declarações de qualquer governo que seja. A Lava Jato está baseada em indícios e provas contundentes, propiciando que o Ministério Público Federal faça denúncias baseadas em fatos concretos e que o Poder Judiciário possa condenar quem tiver de ser condenado e absolver quem tiver de ser absolvido”, declarou.

Segundo Flores, o apoio popular às investigações sobre o escândalo do petrolão é fator crucial para que a Lava Jato possa continuar em atividade, investigando os mais diversos suspeitos. “A razão de ter o apoio popular (…) dá legitimidade para as instituições como a Polícia Federal e o Ministério Público Federal serem cada vez mais fortes e terem uma autonomia necessária para continuar investigando de maneira imparcial”, disse. “Dada a imparcialidade, o fato de os investigadores não terem partidos, de a Polícia Federal não trabalhar para qualquer partido, não damos chance para sofrer esse tipo de influência política”.
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