ALÉXIA SOUSA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
Gerson de Melo Machado, de 19 anos, morreu devido a uma hemorragia causada por ferimentos nos vasos sanguíneos do pescoço, informou nesta terça-feira (2) o Instituto de Polícia Científica (IPC) da Paraíba.
O laudo completo ainda não está pronto, e um exame toxicológico adicional foi solicitado, com previsão de resultado em até 45 dias.
O corpo de Gerson foi enterrado na tarde da segunda-feira (1º) no Cemitério do Cristo, em João Pessoa.
Gerson entrou na área da leoa após escalar um muro de mais de seis metros, ultrapassar as grades de segurança e se pendurar em uma árvore para acessar o recinto interno. Imagens registradas por visitantes mostram o jovem na árvore sendo atacado pelas pernas, mas a perícia constatou que os ferimentos fatais foram no pescoço.
O corpo apresentava marcas de garras e mordidas, mas, conforme o relatório preliminar, o animal não consumiu nenhuma parte da vítima.
Gerson tinha deficiência intelectual, transtornos mentais e um histórico de vulnerabilidade desde a infância. Foi acompanhado de forma intermitente pelo conselho tutelar por quase dez anos. Profissionais que o acompanhavam disseram que ele frequentemente falava sobre “cuidar de leões na África”.
Segundo o Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a leoa ficou “estressada e em choque” durante o ataque, respondeu aos comandos dos tratadores, retornou ao recinto sem necessidade de sedativos e não será sacrificada. O animal está sob acompanhamento técnico.
O zoológico, administrado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam), está fechado para visitação enquanto continuam as investigações. Técnicos da Semam, Polícia Civil, Ibama, Sudema, guarda municipal e conselho estadual de veterinária estiveram no local.
Em nota, o parque considerou o ocorrido um “incidente absolutamente imprevisível” e afirmou que todos os órgãos envolvidos trabalham para garantir transparência, segurança e os devidos encaminhamentos.

