Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) conduziram um estudo promissor demostrando que a aplicação de luz de baixa intensidade, chamada fotobiomodulação, pode ajudar a diminuir a pressão alta causada pela menopausa, usando um modelo com ratinhas sem ovário. A pesquisa foi publicada na revista Springer Nature em 18 de março.
No experimento, 26 ratas de 70 dias foram divididas em três grupos: controle, ovariectomizadas (sem ovários) e ovariectomizadas tratadas com fotobiomodulação duas vezes por semana durante 15 dias. A laserterapia de baixa potência é utilizada para acelerar a cicatrização, reduzir inflamações e aliviar dores como complemento terapêutico.
Todas as ratinhas ovariectomizadas desenvolveram hipertensão devido à queda hormonal, refletindo mudanças comuns no envelhecimento reprodutivo feminino. Porém, o grupo tratado com laser na área abdominal teve redução clara na pressão arterial, indicando um efeito benéfico na regulação da pressão nesse contexto fisiológico específico. A fotobiomodulação melhorou a função do endotélio, diminuiu o estresse oxidativo e aumentou os níveis de óxido nítrico, um gás vasodilatador produzido naturalmente pelo corpo.
O que é fotobiomodulação?
A laserterapia de baixa potência, ou fotobiomodulação, é uma técnica complementar que utiliza feixes de luz de baixa intensidade para estimular funções biológicas. Seus benefícios incluem acelerar a cicatrização, aliviar dores e diminuir inflamações.
- Cicatrização: favorece a recuperação de lesões, como feridas crônicas, queimaduras e úlceras.
- Controle da dor: reduz dores musculares, articulares e neuropáticas.
- Ação anti-inflamatória: ajuda na redução de processos inflamatórios nos tecidos.
- Uso na odontologia: indicada para tratamento de mucosite, aftas e alterações na articulação temporomandibular.
- Aplicações na fisioterapia: auxilia em queimaduras, acelerando a cicatrização e aliviando dores.
- Atuação na enfermagem: pode ser empregada em tratamentos de feridas, incluindo o método ILIB (irradiação laser intravenosa do sangue).
Nos modelos experimentais com ratinhas sem útero, a terapia a laser ajudou no controle da pressão arterial, reforçando a importância da fotobiomodulação como uma alternativa ou complemento acessível e não invasivo para o tratamento da hipertensão em mulheres na pós-menopausa.
É essencial destacar que esses resultados são preliminares e baseados em estudos com animais. São necessários mais estudos para confirmar os efeitos, estabelecer protocolos e avaliar a segurança no longo prazo.