Escrita por Isadora Carmona
Aos 27 anos, Larissa Nakabayashi Rossy Langamer transformou desafios em motivação para se tornar nadadora profissional. Apesar da deficiência visual, ela treina forte para realizar o sonho de participar das Paralimpíadas e sua história é cheia de superação.
Mesmo enfrentando dúvidas e críticas, Larissa encontrou no esporte um motivo para continuar acreditando no futuro. Cada braçada representa mais que um exercício; é um símbolo de luta.
“Eu me sinto como uma carpa, um peixe que segundo uma lenda japonesa nada contra a correnteza. Esse é meu jeito de seguir em frente com força e resistência.”
Início
Larissa começou a nadar depois do ensino médio, buscando melhorar sua saúde mental e sair de um momento difícil. Desde pequena, aos 8 anos, já nadava para tratar um problema respiratório e ao mesmo tempo descobria a dificuldade na visão, que começou a aparecer aos 6 anos. Aos 9 anos, além dos treinos, enfrentou o preconceito dos colegas que não entendiam sua condição.
Ela também experimentou outros esportes como goalball e kung fu, mas voltou para a natação na fase adulta, quando sua visão piorou. Para Larissa, a natação era seu destino, mesmo que tenha começado tarde.
Escolha entre concurso público e esporte
Larissa sonhava com um emprego estável como servidora pública, mas a natação conquistou seu coração e mudou seus planos. Em pouco mais de um ano de treino, conquistou o terceiro lugar no ranking nacional e percebeu que aquele era seu caminho.
Ela teve que decidir entre continuar estudando para concursos ou se dedicar ao esporte. Escolheu parar os estudos para se concentrar na natação, que ajudava a controlar sua energia e emoções. O antigo sonho do concurso foi substituído pelo objetivo de competir nas Paralimpíadas, mesmo enfrentando críticas de quem não compreendia sua decisão.
Confiança
O treinador Marcus Lima entrou na vida de Larissa e logo viu nela uma atleta completa, mesmo quando ela mesma ainda não acreditava nisso. Com poucos meses de treino, foi incentivada a competir e surpreendeu ao conquistar uma medalha logo na primeira competição.
Com o passar do tempo, sua confiança cresceu graças ao apoio de seu treinador que sempre acreditou no seu potencial e a motivou a seguir firme.
Disciplina e resiliência
A rotina de treinamentos é pesada e cheia de desafios, incluindo problemas de saúde e lesões, como uma hérnia de disco e a perda parcial da audição, que fizeram Larissa passar por momentos difíceis, mas nunca desistir.
Luta e apoio familiar
Quando começou a treinar, Larissa enfrentou resistência da família que achava que ela treinava demais e precisava descansar. Mas ela mostrou determinação para conquistar uma bolsa e subir ao pódio, já que não se contentava com o terceiro lugar.
Com o tempo, seus pais passaram a valorizar o esforço dela, especialmente sua mãe que ajudou vendendo doces para financiar suas viagens e competições. Esse suporte da família foi fundamental para que pudesse continuar lutando pelos seus sonhos.