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sexta-feira, 21/11/2025




Laboratório público do RJ reinicia produção de remédios para picadas de cobra e escorpião

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FOLHAPRESS

O Instituto Vital Brazil (IVB), laboratório ligado ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, anunciou nesta sexta-feira (21) que voltou a fabricar soros hiperimunes, usados para tratar picadas de cobras e escorpiões, além dos soros antitetânico e antirrábico. Esse laboratório é um dos maiores fornecedores para o Sistema Único de Saúde (SUS).

O IVB é o único laboratório público do Rio de Janeiro e tem capacidade para produzir até 300 mil ampolas por ano. Porém, a previsão é fabricar 150 mil unidades em 2026, em uma retomada gradual após cerca de oito anos parado por exigências da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e os efeitos da pandemia de Covid-19.

Camila Braz, diretora industrial do instituto, comenta que a regularização da produção garante ao Ministério da Saúde uma oferta extra desses soros, o que ajuda a evitar falta e a reduzir o tempo para atender os acidentados, facilitando o acesso ao medicamento e protegendo mais as pessoas em risco.

Desde 2022, o número de casos de picadas por animais peçonhentos atendidos no sistema de saúde do Rio de Janeiro aumentou, somando 13.205 ocorrências e 28 mortes. Em 2022 foram 2.766 casos, 3.671 em 2023, 3.766 em 2024 e 3.002 até 21 de outubro deste ano.

Com a chegada do verão, período com temperaturas mais altas e mais chuva, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo emitiu alerta para o aumento dos acidentes com escorpiões e outros animais peçonhentos. Dados indicam que até 7 de novembro de 2025, já foram registrados mais de 34 mil casos relacionados a picadas de escorpiões, com duas mortes.

O clima quente e úmido favorece a proliferação desses animais, que costumam se esconder em casas, quintais e áreas externas mal cuidadas. Em caso de picada, é recomendado limpar o local com água e sabão, aplicar compressa morna e buscar atendimento médico o quanto antes, especialmente para crianças, que têm maior risco de complicações graves.

Produção do soro hiperimune

A produção dos soros no Instituto Vital Brazil começa na Fazenda Vital Brazil, em Cachoeiras de Macacu, região metropolitana do Rio de Janeiro. Lá, cavalos são imunizados com pequenas doses dos venenos que causam os acidentes, além das toxinas do tétano e raiva.

Depois que os animais produzem anticorpos, o sangue é coletado e o plasma separado, que é a base para os soros. Este plasma é enviado ao laboratório em Niterói, onde é mantido refrigerado até o início da produção, que envolve processos para concentrar e purificar os anticorpos, removendo impurezas e estabilizando o produto final.

Após os testes de controle de qualidade, o soro é formulado, embalado e armazenado para distribuição. Cada lote leva cerca de oito meses para ficar pronto e a validade do produto é de até três anos na rede pública.

O IVB também está desenvolvendo o soro antiapílico, para tratar picadas de abelhas africanizadas, com estudos clínicos em andamento. Conforme Camila Braz, espera-se que este novo soro ajude a tratar o crescente número de acidentes causados por abelhas no Brasil, mas a liberação dependerá de avaliação de segurança pelas autoridades sanitárias.

Além disso, o laboratório produz o soro antilatrodético, usado em acidentes com a aranha viúva-negra, conforme a necessidade.




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