O governo da Rússia afirmou nesta terça-feira (18/11) que não recebeu nenhuma comunicação oficial sobre novas negociações de paz com a Ucrânia, apesar das declarações do presidente Volodymyr Zelensky de que busca “revitalizar as conversas”. A declaração foi dada pelo porta-voz russo Dmitry Peskov, que negou convites para reuniões de diplomatas russos na Turquia.
Zelensky viajará a Ankara nesta quarta-feira (19/11), no contexto de um escândalo de corrupção envolvendo aliados seus. Durante passagem pela Espanha, o líder ucraniano declarou que seu governo preparou “soluções que serão oferecidas aos parceiros” com o objetivo de reativar o diálogo com Moscou, interrompido desde julho, após o último encontro presencial em Istambul.
“Estamos nos preparando para reativar as negociações e elaboramos propostas que apresentaremos aos nossos parceiros. Fazer todo o esforço para encurtar o fim da guerra é a principal prioridade da Ucrânia”, disse Zelensky.
Por outro lado, Peskov declarou que desconhece qualquer iniciativa concreta: “Não recebemos nenhuma comunicação a esse respeito de Kiev“, afirmou.
O porta-voz russo também comentou que o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, deve se encontrar com Zelensky na Turquia.
Apesar da posição negativa, o Kremlin afirmou estar aberto a negociações e que sua postura é conhecida por Washington, Ankara e Kiev. Moscou defende uma solução negociada, mas acusa a Ucrânia de adotar uma postura inflexível, o que, segundo o governo russo, prolonga o conflito.
A Turquia como centro das negociações
Turquia, que intermediou diálogos entre Rússia e Ucrânia em 2022, foi palco de negociações que resultaram em trocas de prisioneiros e acordos humanitários, embora não tenha havido avanços em questões-chave como cessar-fogo ou garantias de segurança.
Há quase cinco meses não ocorrem encontros presenciais entre os dois países.
Naquele período, o único acordo firmado entre delegações envolvia a troca de prisioneiros, incluindo civis, jovens soldados feridos e corpos de combatentes falecidos.
Outra mudança anunciada foi que futuras reuniões deveriam ocorrer virtualmente. Segundo Vladimir Medinsky, conselheiro de Vladimir Putin e chefe da delegação russa, a decisão visa diminuir os encargos financeiros das viagens dos negociadores.
