O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que não há envolvimento da Rússia nos sobrevoos com drones na Europa, considerando as acusações feitas pelos países como “sem base e feitas de forma indiscriminada”.
Nesta segunda-feira (6/10), Peskov reafirmou a rejeição à pressão indireta dirigida à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), coalizão que apoia militarmente a Ucrânia.
“Há muitos políticos europeus que agora tendem a atribuir tudo à Rússia. Eles sempre o fazem sem prova e de forma indiscriminada. É assim que interpretamos essas alegações”, disse ele. “O episódio envolvendo esses drones é, no mínimo, estranho. No entanto, não existe motivo para acusar a Rússia por isso”, completou.
A posição de Peskov surge após recentes incidentes com drones de origem desconhecida em países como Polônia, Romênia e Dinamarca. Aeroportos na Dinamarca e na Polônia foram temporariamente fechados, e a Estônia relatou violações do espaço aéreo por drones e outros veículos não tripulados. A União Europeia está considerando implementar uma espécie de “muralha antidrones”, composta por radares e sensores acústicos capazes de neutralizar esses dispositivos.
Os membros da Otan consideram que esses drones possam representar uma possível ameaça russa, especialmente dado o envolvimento direto do bloco na guerra da Ucrânia, por meio do fornecimento de mísseis, drones e subsídios para aquisição de armamentos dos Estados Unidos. Em resposta, o Kremlin aconselhou os políticos europeus a ampliarem suas perspectivas em vez de culparem a Rússia a cada vez que drones não identificados são detectados.
Adicionalmente, Peskov comentou sobre uma declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que manifestou apoio positivo ao Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start), acordo que visa diminuir o número de armas nucleares estratégicas tanto da Rússia quanto dos EUA.
“Recebemos essa declaração de forma positiva e acreditamos que ela reforça a esperança de que os Estados Unidos estejam dispostos a apoiar esta iniciativa proposta por Putin“, afirmou.