O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que a Rússia não aceitará a entrada de forças militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) como uma condição para garantir a segurança da Ucrânia. A declaração ocorreu na quarta-feira (27/8), quando Peskov explicou que o suporte militar no solo ucraniano inviabilizaria um acordo de paz, uma vez que a Rússia busca ampliar seu território na região leste de Kiev.
“Vemos essa discussão de maneira negativa”, afirmou Peskov ao responder sobre a participação de líderes europeus em negociações para um possível cessar-fogo no conflito entre Rússia e Ucrânia.
“Não são militares europeus, mas sim de países específicos, a maioria membros da Otan. A expansão da infraestrutura militar da Otan e sua influência na Ucrânia é uma das razões para o conflito atual”, explicou o porta-voz.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem buscado garantir a proteção de seu território para evitar outra invasão russa. Embora a Ucrânia ainda não faça parte da Otan, recebe apoio militar dos países que compõem a aliança e também incentivos para aquisição de armamentos dos Estados Unidos.
Peskov ressaltou que a oposição de Moscou à presença militar da Otan na Ucrânia é um dos principais fatores que motivam as grandes invasões russas, pois a Rússia reivindica mais áreas no leste de Kiev, posição rejeitada firmemente por Zelensky.
Com as dificuldades para negociar a paz, o porta-voz minimizou as expectativas para um encontro direto entre o presidente russo, Vladimir Putin, e Zelensky.
“Qualquer reunião de alto nível precisa de preparação cuidadosa para ser eficaz”, afirmou Peskov. Ele também comentou que os líderes das delegações de negociação da Rússia e da Ucrânia mantém contato, porém ainda não há data marcada para uma nova rodada de conversações. As divergências sobre a posse territorial e possíveis trocas de terras continuam bloqueando o diálogo entre os presidentes e a possibilidade de um acordo pacífico.